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Projeto Renas

publicado 13/09/2016 13h55, última modificação 18/10/2016 14h55

Antecedentes Históricos

Os primeiros estudos sobre populações pesqueiras amazônica realizados pela equipe de antropólogos do Museu Paraense Emilio Goeldi datam dos anos 1967, através dos projetos Marapanim, Quatipuru, Marajo e Antropologia da Pesca, com Lourdes Gonçalves Furtado, Isolda Maciel da Silveira, Maria José Carvalho Brabo, Ruth Cortez, Ivete Nascimento e Arian Nery (in memória). Os três primeiros financiados pela Fonte do Tesouro e pelo CNPq, e o último pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) através do PoloAmazônia. Os tres projetos inicias deram origem ao Projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia: Relações do Homem com o seu Meio Ambiente (RENAS), concebido no início de 1990, pela antropóloga Lourdes Gonçalves Furtado, e nesse mesmo ano foi iniciada a captação externa de recurso financeiros.


Barco de Pesca - Marapanim-Pa
Foto Lourdes Furtado, 1976
   


Recreio - Marapanim-Pa
Foto Lourdes Furtado, 1976
 

A logomarca do RENAS representada pela figura de um pescador e sua rede foi criada como sinalizador da exposição Maresias e Banzeiros em 1995, proposto por Graça Santana e Carlota Brito que realizou o design. De sinalizador, passou a ser adotada em todos os documentos e se transformou com o passar dos anos na logomarca do Projeto.

O Projeto RENAS foi concebido por sua coordenadora para uma duração de 10 anos visando identificar, descrever, analisar e difundir as relações e processos pertinentes às sociedades haliêuticas e sua dinâmica na Amazônia.

A Primeira Fase do RENAS (1994-1998) teve como enfoque a pesquisa básica, para geração de conhecimentos sobre a realidade do setor pesqueiro amazônico ainda invisível como segmento da sociedade regional. Nesta etapa foram concluídos 12 sub-projetos de pesquisa inseridos e realizados no contexto do RENAS.

Na sua historia de longa duração, várias publicações foram realizadas em formatos de artigos originais, artigo de revisão, artigo de divulgação, livros, capitulos de livros, videos, CDROM, exposições museais.


O Projeto RENAS na Transição da Primeira para a Segunda Fase

Em setembro de 1998, realizou-se a “Oficina Recursos Naturais, Conflitos e Gestão  na Pesca Amazônica”, no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) com apoio financeiro do International Developement Research Centre (IDRC - Canadá), com o objetivo de ouvir as demandas das comunidades, firmar parcerias e elaborar com os resultados desta Oficina um Projeto para a sua Segunda Fase, que foi aprovado com recursos desta agência financeira para o período de Agosto de 1999 a Maio de 2002.

Na Fase II, o Projeto enfoca a temática central Organização Social, o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável para as Comunidades Pesqueiras da Amazônia, enfatizado-se a aplicação dos resultados das pesquisas anteriores à comunidade.  Novas parcerias com instituições de extensão foram incluídas, para atender junto à equipe do Projeto as demandas das comunidades pesqueiras. Conseqüentemente, o Projeto RENAS gerou resultados para diferentes categorias interativas em nível de pesquisa, formação e capacitação de pessoal, difusão e repasse de conhecimentos, interação com a comunidade, cooperação técnica e científica, intercâmbio e de impacto do projeto em relação ao universo pesqueiro.


Curso de Organização Social - Marapanim-Pa
Foto Alice Martins, 2000


Curso de Organização Social - Marapanim-Pa
Foto Elida Figueiredo, 2000

 
A Transição da Fase II para Fase III

A terceira fase do RENAS, começa no final de 2002, com a elaboração de uma nova proposta Populações tradicionais haliêuticas em comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia brasileira-RENAS. Nesta fase enfatiza-se reunir e sistematizar/gerar conhecimentos e disponibiliza-los em Documentos Científicos e de divulgação, visando contribuir com formuladores de políticas publicas e a comunidade.

Nesta Fase III, foram apresentados subprojetos inscritos nas linhas de pesquisa/componentes, sendo que 2 deles foram aprovados pelo CNPq para financiamento das suas atividades.

•    Projeto Exposição Etnográfica Compartilhada: Professores, Alunos e Pesquisadores na Disseminação do Conhecimento Sobre Comunidades Pesqueiras em Marapanim-PA/Projeto RENAS\MPEG;


Oficina Museológica - Marapanim-Pa
Foto Graça Santana, 2005


Oficina Museológica - Marapanim-Pa
Foto Graça Santana, 2005


Criação do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (LAMAq)

O laboratório foi criado a partir dos resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa RENAS, estudo de populações haliêuticas, inscrito no CNPq. Em sua dimensão acadêmica e comunitária centradas nas demandas universitárias e da sociedade civil envolvida com o setor pesqueiro nacional e regional, respectivamente. Situa-se como parte prática do Projeto RENAS (Fase III) na Coordenação de Ciências Humanas/ Antropologia do Museu Paraense Emilio Goeldi.

Dentro da dinâmica do RENAS, a busca de recursos financeiros para a pesquisa é uma constante para atender as demandas comunitárias, como foi o caso de outra proposta aprovada “Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande, Município de Curuçá”, englobando 52 comunidades pesqueiras, onde realizou-se um Diagnóstico Etno-Ecológico de caráter interdisciplinar que deu margem para a elaboração e apresentação de dois projetos aprovados pelo CNPq: o primeiro, “Estudo Etno-Ecológico na Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande de Curuçá-PA” (Edital 06/2003), já finalizado e o segundo, “Oficina de Extensão e Capacitação na Reserva Extrativista Mãe Grande”, por um Gestão Solidária” (Edital 26/2005), tendo como parceiros a EMATER-Curuçá e a Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Mãe Grande (Auremag). No momento aguarda o repasse dos recursos pelo CNPq.


Oficina Integrada - Belém-Pa
Foto Equipe RENAS, 2004


Oficina Integrada - Belém-Pa
Foto Equipe RENAS, 2004

Em junho de 2004, o RENAS/Museu Goeldi elabora a “Oficina Integrada para Gestão Participativa do Uso de Recursos Naturais na Amazônia”, com apoio financeiro do IDRC, tendo como meta a construção de um Programa Estratégico de Pesquisa para a Gestão Participativa ou Co-Gestão dos Recursos Naturais no sentido de viabilizar o compartilhamento de interesses pelos diferentes atores envolvidos com a questão da pesca comunitária. Daí surge o Projeto Gestão Integrada da Amazônia (GIA), com o objetivo de promover o fortalecimento das comunidades agro-pesqueiras da Amazônia no processo de co-gestão do uso da biodiversidade.
 

Área de Atuação

 

As atividades de pesquisas e de difusão de conhecimentos do Projeto RENAS vêm sendo desenvolvidas em três áreas distintas:

litoral, incluindo a Zona Costeira, ilhas do Pará e municípios (principalmente em Marapanim, Maracanã, São Caetano de Odivelas, Curuçá e Viseu);

Comunidade do Coqueiro - Curuça-Pa
 Foto Lourdes Furtado, 2004

 Apeú Salvador-Pa
 Foto Isabel Souza, 2002


As águas interiores da região do Médio Amazonas (Monte Alegre, Santarém, Alenquer e Óbidos);

 Comunidade de Mata - Óbidos-Pa
Foto L. Fernando Cardoso, 2001

Óbidos-Pa
Foto Adriana de Aviz, 2003


Estuário amazônico é uma área intermediária entre o rio e o mar (Belém, Barcarena e Abaetetuba).

Praia de Beja - Abaetetuba-Pa
Foto Lourdes Furtado, 2002

Orla de Belém-Pa
Foto Lourdes Furtado, 2002

Laboratório LAMAq

O Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (LAMAq), surge em 2003 a partir dos resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa RENAS em sua dimensão acadêmica e comunitária centradas nas demandas universitárias e da sociedade civil envolvida com o setor pesqueiro nacional e regional, respectivamente. Situa-se como parte prática do Projeto RENAS (Fase III) na Coordenação de Ciências Humanas/ Antropologia do Museu Paraense Emilio Goeldi.
Atua como um núcleo de reflexão e estudos através do intercâmbio/parcerias realizadas durante sua trajetória de pesquisa/difusão, mantendo o debate sobre questões-chaves e estratégicas sobre o segmento pesqueiro ou haliêutico da sociedade amazônica.
Assim, permitindo a atualização da massa crítica do referido Grupo de pesquisa, através de oficinas de leituras e diálogos com especialistas, interagindo conhecimentos, ações e oportunizando a realização de atividades em escolas, universidades e instituições do setor pesqueiro. Neste aspecto, algumas atividades já foram realizadas como o ciclo de documentários videográficos que o Grupo de Pesquisa ofereceu ao público (alunos de Engenharia de Pesca do CEFET e da Escola Fundamental Prof. Guillobel) por ocasião dos 137 anos do Museu Goeldi, aqui estiveram assistindo a uma das sessões, e posteriormente realizaram trabalhos escritos e oficina sobre a temática de um dos documentários.

Princípios norteadores
Pesquisa para o desenvolvimento ético das populações tradicionais da pesca; Inovação no campo da ciência e tecnologia de modo a promover as instituições sociais locais no sentido de sua capacitação para vencer os desafios dos encontros interculturais; Integração realística com pessoas e instituições que acumularam experiências em seus campos de trabalho enfocado nas pequenas comunidades pesqueiras, do Brasil e do Exterior.
  
Missão
Gerar e difundir conhecimentos sobre os sistemas sócio-culturais cuja vida está relacionada aos diversos ecossistemas aquáticos.

Objetivos  
O Transformar a médio prazo o Projeto RENAS em uma estrutura mais duradoura, para legitimar a relação do Museu Goeldi/CCH com o campesinato pesqueiro na região amazônica brasileira, como instituição pioneira.
O Incentivar desdobramentos teóricos e metodológicos acumulado pelo Grupo de Pesquisa Estudos de Populações Haliêuticas–RENAS (1990 a 2002), através da pesquisa, ensino e ações de extensão. O Reunir pesquisadores da Antropologia, de Ciências afins e dirigentes comunitários no sentido de criar um núcleo-forum permanente de reflexão, estudos e intercâmbio de experiências sobre o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vidas das populações pesqueiras, discutindo e revisando conceitos correntes no contexto pesqueiro e das políticas públicas.
O Dinamizar o Acervo Documental do Projeto RENAS e o Banco de Imagens (BIP-RENAS) para disponibilizar aos interessados (academia e sociedade civil).