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Agência de Notícias

12 maiores museus de história natural do mundo manifestam apoio ao Museu Goeldi

Diretores de grandes museus internacionais de história natural enviaram carta de apoio ao Museu Goeldi, manifestando preocupação com a crise orçamentária da instituição e a consequente ameaça à preservação das coleções científicas.
publicado: 29/09/2017 09h45, última modificação: 13/11/2017 17h06

Agência Museu Goeldi – O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), reconhecido internacionalmente pela sua importância na produção de conhecimento científico sobre a Amazônia, recebeu o apoio dos 12 maiores museus de história natural do mundo, distribuídos em sete países. Manifestando solidariedade à mais antiga instituição científica da região amazônica, penalizada pelos cortes orçamentários em 2017, assinam a carta os dirigentes doNaturalis Biodiversity Center (Holanda), Royal Ontario Museum (Canadá), Natural History Museum of Los Angeles County (Estados Unidos), The Natural History Museum (Reino Unido), American Museum of Natural History(Estados Unidos), Natural History Museum of Denmark (Dinamarca), Smithsonian National Museum of Natural History (Estados Unidos), Field Museum of Natural History (Estados Unidos), Royal Belgian Institute of Natural Sciences(Bélgica), Denver Museum of Nature and Science (Estados Unidos), Museum für Naturkunde BerlinLeibniz-Institute for Evolution and Biodiversity (Alemanha) e Royal Botanic Gardens Kew (Reino Unido). Leia o documento na íntegra.

Na carta, os diretores demonstram preocupação com as restrições orçamentárias ao Museu Goeldi, instituição considerada como importante para a ciência brasileira e também para a comunidade científica global. Os acadêmicos também manifestam sua apreensão quanto ao perigo da manutenção das valiosas coleções institucionais organizadas ao longo de 151 anos de pesquisas. Ao todo, o Museu Goeldi possui 19 coleções científicas que abrigam mais de quatro milhões e meio de itens, acervos únicos de valor inestimável e que contêm ícones do patrimônio nacional. Desde a sua fundação, em 1866, a instituição desenvolve estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais amazônicos.

Situação orçamentária – Em 2017, o governo federal contingenciou em 44% dos recursos de todos os seus órgãos. No caso do Museu Goeldi, instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o corte orçamentário inviabilizaria o funcionamento integral da instituição, que mantém três bases físicas no Pará e mais um campus avançado no Mato Grosso. A drástica redução de recursos, de um orçamento que já vinha sendo atingido nos últimos anos, levaria ao fechamento por tempo indeterminado de seu centenário Parque Zoobotânico, em Belém, e da Estação Científica Ferreira Penna, na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó, interrompendo décadas de estudos de longo prazo e monitoramento sobre uma importante região da maior floresta tropical do mundo.

No dia 15 de setembro foi comunicado o repasse de três milhões de reais para a instituição, o que possibilita o funcionamento emergencial do Museu Goeldi até o fim do ano. Os recursos liberados não recompõem o orçamento original da instituição para 2017 - 12 milhões e 700 mil reais. Agora, a preocupação é com a situação da instituição em 2018, pois o Museu Goeldi conta apenas com oito milhões de reais de orçamento, praticamente o mesmo valor contingenciado de 2017, e que não atende as necessidades do MPEG. A situação do Museu Goeldi, assim como de outros institutos, se agrava quando somada à falta de reposição de vagas via concurso público, e a incerteza da manutenção dos programas de bolsas ofertadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq).

“Nós estamos passando por uma guerra orçamentária. A primeira batalha está vencida, mas a guerra continua. Temos um contingenciamento para os próximos 20 anos por uma determinação regimental, constitucional. E a nossa próxima batalha é o aumento do teto orçamentário para 2018. É lutar e ter condições para que o Museu Goeldi não passe pelo risco de fechamento que passou este ano”, explica Nilson Gabas Jr, Diretor do Museu Goeldi.