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Agência de Notícias

A formação de espaços indígenas no período colonial no Café com Ciência

Mark Harris, da Universidade de Saint-Andrews (Escócia), é o convidado da Coordenação de Ciências Humanas para discutir o tema nesta quarta-feira (14)
publicado: 13/12/2016 14h30, última modificação: 22/03/2018 16h13

Agência Museu Goeldi – O “Café com Ciência” desta quarta (14) traz para discussão “A formação dos espaços indígenas: os territórios Tapajó e Konduri nos séculos XVII e XVIII”, pesquisa do Prof. Dr. Mark Harris, da Universidade de Saint-Andrews (Escócia). O evento é promovido pela Coordenação de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi e objetiva ampliar o debate sobre a história indígena na Amazônia com base nas informações obtidas de fontes coloniais, pesquisas arqueológicas, linguísticas e etnográficas.

A palestra inicia às 15h, na sala 01 da Coordenação de Ciências Humanas (Campus de Pesquisa do Museu Goeldi) e a entrada é livre e gratuita para todos os interessados. Os participantes são convidados a contribuir com um lanche, compartilhado ao final das discussões.

Em sua apresentação, Mark Harris pretende examinar os contrastes entre duas zonas indígenas, próximas no período colonial. O sentido e a forma com que esses espaços foram criados, assim como ações diferenciadas movidas contra as incursões de missionários e soldados, estimulam o entendimento de que se tratavam de índios de diferentes etnias. Durante o período da pesquisa, constatou-se que as relações entre aliados e inimigos transformaram-se ao longo do período colonial.

História – A mediação será feita por Márcio Meira, antropólogo do Museu Goeldi e ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), que ressalta a existência de uma grande quantidade de informações inexploradas sobre a história indígena na Amazônia. Para Meira, é importante destacar também que “os territórios indígenas contemporâneos sempre tem conexões históricas com o processo colonial, e esse conhecimento constitui relevante papel no reconhecimento pelo Estado brasileiro das Terras Indígenas atuais”.

O reconhecimento e demarcação de Terras Indígenas é uma garantia para diferentes etnias que fazem da Amazônia um local de grande diversidade social e ambiental. A Proposta de Regulamentação da Demarcação de Terras Indígenas, do Ministério da Justiça e que altera profundamente o modo como o processo é feito no Brasil, acendeu alerta entre grupos indígenas para defender seus modos tradicionais de vida.

Dentre outros pontos, a proposta abriria espaço para a contestação de terras já demarcadas e utilizaria o critério do “marco temporal” para reconhecimento das áreas, que estabelece que apenas grupos que detinham posse ou disputavam áreas em 1988, ano de promulgação da Constituição, têm direito a elas. Isso ignoraria justamente a história muito mais antiga de conflitos, migrações e expulsões de grupos indígenas de suas terras no atual território brasileiro.

Palestrante - Mark Harris trabalha no Departamento de Antropologia Social da Universidade de Saint-Andrews (Escócia). O pesquisador tem trabalhos publicados sobre as culturas amazônicas, campesinato ribeirinho e o período cabano. De acordo com o pesquisador Márcio Meira, as pesquisas do professor Harris têm relevância para a Coordenação de Ciências Humanas do MPEG, sobretudo no caso da Arqueologia e da Antropologia e História Indígena. “Principalmente a abordagem interdisciplinar e as discussões sobre a complexidade das sociedades indígenas no período inicial dos primeiros contatos com os colonizadores”, destaca.

Na medida que os estudos avançaram nos últimos 20 anos, Márcio Meira aponta que, ao contrário das premissas dominantes até a década de 70 do século XX, as populações amazônicas eram muito mais densas, cujas organizações sociais e políticas eram conectadas em amplas redes de comércio, guerras e vínculos de natureza cosmológica e ritual.

Café com Ciência - Organizado todos os meses pela Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi, o “Café com Ciência” propõe o debate de questões científicas atuais de forma descontraída – cada participante leva algo para compartilhar no lanche ao final do evento.

Texto: Uriel Pinho

Serviço

Café com Ciência

Título: “A formação dos espaços indígenas: os territórios Tapajó e Konduri nos séculos XVII e XVIII.”

Palestrante: Prof. Mark Harris (Departamento de Antropologia Social da Universidade de Saint-Andrews - Escócia)

Data e Hora: 14/12/2016 às 15h
Local: Sala de Reuniões nº 01-CCH (Avenida Perimetral, nº 1901, bairro Terra Firme)