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Agência de Notícias

Agenda Socioambiental do Museu Goeldi inicia com Semana do Meio Ambiente

No mês de junho, a instituição dá destaque à contribuição da ciência para políticas de conservação ambiental e valorização das populações tradicionais na região amazônica
publicado: 30/05/2014 12h15, última modificação: 28/08/2017 16h05

Agência Museu Goeldi – Intensificar o diálogo entre o Museu Paraense Emílio Goeldi e a sociedade, devolvendo a ela produtos e serviços frutos de pesquisas e ações é um dos motes que movimenta a Semana do Meio Ambiente deste ano, uma das principais ações da agenda socioambiental do MPEG para o mês de junho.

A diretora substituta e coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do Museu Goeldi, Marlúcia Martins, apresentou uma longa lista de atividades educativas e de formação de cunho social e ambiental a serem realizadas ao longo do mês: “O Museu Goeldi trabalha com o meio ambiente o ano todo. Esse período de junho foi escolhido para intensificar e demonstrar como esse diálogo acontece e nós destacamos alguns projetos que têm relação direta com a sociedade”. A pesquisadora também afirmou que a diversidade de atividades e pesquisas também atende todos os atores envolvidos nas políticas socioambientais, passando pela ciência, gestão pública, comunidades tradicionais até a sociedade em geral.

Educação ambiental e formação científica - A Semana do Meio Ambiente do Museu Goeldi traz em sua programação atividades lúdicas e educativas a respeito da preservação da sociobiodiversidade. Entre suas principais atividades estão a Oficina de Coleta Seletiva e a Oficina de Gastronomia Inteligente. Paralelamente acontecerá, de 2 a 6 de junho, o Seminário de Iniciação Científica, com a apresentação de trabalhos de jovens pesquisadores.

Na tarde de 1º de junho, a Semana do Meio Ambiente inicia com a oficina de Gastronomia Inteligente no Parque Zoobotânico. A oficina aborda a segurança alimentar por meio da conscientização para uma alimentação saudável, valorizando e estimulando o consumo de produtos da biodiversidade alimentar e a economia local.

O Museu Goeldi também estará presente na programação da Semana Estadual do Meio Ambiente nos dias 3 e 4 de junho, com apresentações do grupo Instituto Amazônia Cultural.

De 9 a 11 de junho, o Serviço de Educação e Extensão Cultural do MPEG, por meio do Núcleo de Visitas Orientadas ao Parque Zoobotânico, realiza o Workshop Meio Ambiente: Tecnologias e Inovação para a Educação, que traz um vasto ciclo de palestras sobre o que está sendo desenvolvido pela instituição em termos de inovação em processos educativos.

Acordos internacionais - O dia 4 de junho será marcado pela celebração de um acordo de cooperação entre o Museu Paraense Emílio Goeldi e Universidade de Oslo, na Noruega. O convênio, que tem a participação de instituições de pesquisa como a Universidade Federal do ParáUniversidade Federal Rural da Amazônia e Embrapa Amazônia Oriental, além da empresa Hydro, busca desenvolver pesquisas e métodos específicos para a recuperação de florestas degradadas por conta da extração de bauxita no estado do Pará. Para Marlúcia Martins, o pacto é importante para compensar a emissão de carbono. “Publicações recentes das nossas pesquisas mostram que apesar de o desmatamento estar sendo reduzido, as emissões de carbono não estão. Então, nada melhor do que a recuperação florestal para minimizar este problema”, disse.

Outro acordo de cooperação será efetivado no dia 23 de junho. A parceria é com o Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), por meio do projeto Observação por Satélite do Meio Ambiente Transfronteiriço Guiana Francesa – Amapá (OSE), para organizar sistemas de gestão e monitoramento do território e da biodiversidade na região costeira de fronteira entre Amapá e Guiana Francesa. O objetivo é compreender os processos de perda de biodiversidade e encontrar estratégias para evitar esse fenômeno.

Pesquisas para a conservação da Amazônia – Dando sequência à programação, o  MPEG lançará em junho o estudo desenvolvido pelo projeto Cenários para a Amazônia, uma publicação que traz a classificação dos principais usos e cobertura da terra e uma avaliação sobre as perdas de florestas nas áreas de endemismo Belém e Xingu.

Ainda em junho, pesquisadores do MPEG e parceiros divulgam estudos sobre a extinção de aves na área de endemismo Belém, a mais ameaçada da Amazônia. De acordo com os dados apresentados, 47 espécies de aves foram provavelmente extintas na região metropolitana de Belém, não sendo registradas há mais de 30 anos.

Algumas dessas espécies são conservadas no Parque Zoobotânico do MPEG, onde pesquisas são desenvolvidas para a preservação da biodiversidade. Nesse sentido, este mês o Museu Goeldi realizará atividades de educação ambiental, ressaltando a importância do cuidado e proteção da fauna e da flora amazônica.

Parceria com as populações locais - Encerrando as atividades do mês de junho, o MPEG segue destacando a diversidade cultural dos povos indígenas na edição do Destaque Amazônia, que abordará os estudos linguísticos realizados pela instituição na Amazônia.

No decorrer do ano de 2014, outras atividades também destacam a diversidade cultural da Amazônia. Os interessados pelo tema tem a possibilidade de conhecer mais desse universo visitando a exposição aberta na Rocinha do Parque Zoobotânico Diálogos: os Snethlage e as Ciências Humanas no Museu Goeldi, com a história e imagens de objetos da cultura Xipaya-Kuruaya e acompanhando o lançamento do livro-catálogo “Me à yry Tekrejarôti-re – os trabalhos artesanais dos Mebêngôkre-Kayapó da Aldeia Las Casas”, na XXIII Feira Pan-Amazônica do Livro.

Texto: Mayara Maciel