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Agência de Notícias

Árvores: festa e homenagem

publicado: 26/03/2013 11h00, última modificação: 13/08/2017 09h26

Agência Museu Goeldi –“Festejar a árvore é mostrar a importância dela no dia-a-dia, porque, infelizmente, na correria que é viver no caos de uma cidade grande ao qual a gente se habitua, não percebemos as mangueiras que vivem esquecidas, mas que não param de prestar serviços ecológicos. Belém é uma cidade com poucas árvores para que aproveitemos uma “sombra amiga”, estando entre as capitais que apresentam índices baixíssimos de número de árvores por habitante”, diz Vera Bastos, agrônoma do Museu Paraense Emilio Goeldi.

 
Integrante da organização da Festa Anual da Árvore, Vera Bastos é do Setor Flora do Parque Zoobotânico, e com a equipe de educadores do Núcleo de Visitas Orientadas (Nuvop), do Museu Goeldi, trabalha para divulgar a importância do meio ambiente. Vera ressalta a importância dos vegetais, em particular o jatobá – espécie madeireira homenageada em 2013 – para o cotidiano da humanidade.
 
Para Vera Bastos, um lugar como o Museu Goeldi deve sempre festejar o Dia da Árvore uma vez que a instituição abriga um arboretum que precisa de cuidados, não só de quem trabalha nele, mas da cidade inteira. “O Goeldi ameniza o clima no seu entorno. Todos devemos, juntos, preservar a nossa cidade e a Amazônia de forma geral”. 
 
As comemorações aconteceram no domingo, 24, no Parque do Museu Goeldi. A busca pela conscientização e preservação ambiental marcou a data. Num ambiente que não podia ser diferente, cercado por árvores, que eram, claro, as grandes homenageadas, o público presente, entre os que visitavam ao Parque Zoobotânico e aqueles que foram, especificamente, para a comemoração, pôde assistir a uma encenação teatral, cujo tema era justamente à importância da natureza e das árvores nossas de cada dia para a vida de todos. Durante o evento, foram homenageadas personalidades escolhidas por suas contribuições ao meio ambiente e conseqüentemente à sociedade.
 
A comemoração - Três palhaços foram convidados para serem os mestres de cerimônia da festa e apresentar a programação cultural. A trupe é parceira do Nuvop em eventos realizados no Parque. Os artistas iniciaram a cerimônia apresentando a todos a árvore homenageada em 2013 pela festa: o Jatobá (Himenaea courbaril L), suas características e peculiaridades.
 
Também presente ao evento, Iraneide Holanda, coordenadora geral das Unidades de Pedagógicas das Ilhas Sul de Belém, trouxe alunos da UP da Ilha do Combu. Em sua apresentação, os alunos encenaram curta peça teatral acerca da história de algumas árvores da região como o cacaueiro e o açaizeiro, e sua destruição e do meio ambiente em geral. Para a coordenadora geral da UP, a luta das comunidades ribeirinhas está na busca pela preservação das árvores e dos rios para que a população tenha água limpa para o consumo. Segundo ela, é importante, para os moradores das ilhas, discutirem a sustentabilidade, todos em prol da proteção da natureza e de seus componentes.
 
Homenagens – A Festa da Árvore ainda homenageou pessoas que se destacaram pela sua boa relação com a natureza. O que uma líder comunitária, um aposentado da aeronáutica e um artista plástico têm em comum? A resposta é simples: o amor às plantas, às árvores, à natureza.
 
Dona Maria José do Socorro é moradora do bairro da Terra Firme em Belém e responsável por cultivar uma alta diversidade de plantas em sua residência. Como Vera Bastos disse: “O pátio da casa dela é um verdadeiro encanto”.
 
Segundo Dona Maria, desde quando pequena ela cuida de plantas e daí vem o apego todo que sente por elas. Seu zelo e cuidado são gestos que fazem a diferença e por isso, a senhora foi escolhida para receber a homenagem em nome das árvores.
 
“Um verdadeiro amante da natureza”, assim Vera Bastos classificou um dos outros homenageados, o senhor Élcio Guerra. Um nordestino com alma de paraense, o Sr. Élcio é ex-militar e há muito tempo vem plantando na cidade, cultivando espécies, como o tamba-tajá, que até há pouco tempo o próprio Parque Zoobotânico do Museu Goeldi não dispunha.
 
Outro homenageado foi Rai Cardoso, artista plástico que cultiva em seu sítio, o Horto Radini, no município de Abaetetuba, mais de 150 variedades de árvores frutíferas, muitas destas desconhecidas por boa parte da população. Segundo a agrônoma do Museu Goeldi, Vera Bastos, frutas como a “castanha-de-cutia” e a “sapota-de-Solimões”, cultivadas por Rai, fazem bem a saúde e muitos sequer sabem. “Rai faz a diferença em Abaetetuba e por isso merece ser reconhecido e homenageado”, disse Vera Bastos.
 
A programação do domingo contou ainda com a Feira Arte Goeldi, já tradicional e que apresenta produtos da região em eventos do Parque Zoobotânico.
 
 
Texto: Júlio Matos