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Agência de Notícias

As bases físicas do Museu Goeldi

No aniversário de Belém, o MPEG lembra sua relação com a cidade e propicia uma visita virtual as suas bases físicas, que contam parte de sua contribuição à história da ciência na região amazônica
publicado: 10/01/2014 12h45, última modificação: 22/08/2017 15h30

Agência Museu Goeldi – Quando Belém completava 250 anos da fundação, em 1866, a cidade acolhia um movimento científico que culminou na criação do que hoje é o Museu Paraense Emílio Goeldi. Com o surgimento da instituição, tinha início a sistematização do conhecimento científico sobre a Amazônia e, com sua consolidação, pela primeira vez o Brasil tinha um projeto científico claro e coerente para a região.Na semana em que a cidade de Belém (PA) comemora 398 anos de existência no dia 12 de janeiro, o MPEG ressalta sua história com a capital paraense.

Em quase 148 anos de história, o MPEG se expandiu e se tornou uma instituição científica reconhecida internacionalmente pelas pesquisas de sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, sendo pioneiro também na área de educação e divulgação da ciência para todas as idades. Profundamente inserido na memória dos moradores e turistas da cidade, o Museu Goeldi é um marco na paisagem urbana da capital do Pará, de onde difunde para o mundo o que descobre sobre a Floresta Amazônica.

Uma visita às três bases físicas da instituição - Parque Zoobotânico, Campus de Pesquisa e Estação Científica Ferreira Penna - permite conhecer como a instituição acompanha a evolução da ciência e às crescentes demandas sociais.  Acesse abaixo uma pequena série de videos que possibilitam saber mais sobre o Museu Goeldi.

Parque Zoobotânico – Em 1895, anos depois da fundação do Museu Paraense, o zoólogo Emílio Goeldi, então diretor da instituição que leva seu nome, reuniu esforços para a construção do Parque Zoobotânico, que seria o primeiro de seu gênero no país. No terreno de uma antiga chácara na periferia da cidade, montou o zoológico, plantou o horto botânico e organizou exposições com exemplares das coleções científicas. A população paraense passou a ter à sua disposição um local de lazer, educação e de contato com a ciência produzida na região.

Belém cresceu de 1895 para cá e o Parque Zoobotânico tornou-se uma área verde no centro da cidade e um dos principais pontos turísticos, com uma média anual de visitação entorno de 250 mil pessoas. Espalhados em 5,4 hectares, os visitantes encontram uma mostra de animais, plantas, artefatos amazônicos e um expressivo conjunto de monumentos e prédios do século XIX e início do século XX, que incluem o prédio da Rocinha (construção que foi predominante na cidade e hoje restam pouquíssimos exemplares na paisagem urbana) e a Biblioteca de Ciências Clara Maria Galvão. Neste ano e no próximo, o público terá a oportunidade de conhecer as novas instalações do Aquário Jacques Huber (o mais antigo do Brasil) e do Pavilhão Expositivo Domingos Soares Ferreira Penna, que multiplica a área de exposições do MPEG.

Para assistir o vídeo sobre o Parque Zoobotânico, clique aqui.

Campus de Pesquisa – Com o tempo, o Parque Zoobotânico tornou-se pequeno para abrigar a produção científica do MPEG e os departamentos de pesquisa foram transferidos para uma área de 10 hectares na periferia de Belém, o Campus de Pesquisa. Adquirido em 1978, é o principal local de realização dos estudos científicos e das 20 coleções científicas nas áreas de botânica, zoologia, arqueologia, etnografia, linguística, paleontologia, minerais e rochas, além de grande acervo bibliográfico, arquivístico e os laboratórios.

Nele também funcionam a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, o Arquivo Guilherme de La Penha e os cursos de Pós-Graduação, que garantem a formação de recursos humanos de alto nível na própria região amazônica. A instalação do Campus do Museu Goeldi no bairro da Terra Firme propiciou que a instituição desenvolve-se ações diversas de educação com os centros comunitários do entorno, iniciando uma parceria de quase três décadas.

Assista ao vídeo do Campus de Pesquisa clicando aqui.

Estação Científica Ferreira Penna – Ainda a frente do Museu Paraense (do qual se despediu em 1907 para retornar a sua terra natal), o suíço Emílio Goeldi (1859-1917) tinha a intenção de adquirir uma área florestal conservada para pesquisas de longa duração. Mas seu sonho só virou realidade quase um século depois. Em 1990 parte da Floresta Nacional de Caxiuanã, localizada nos municípios de Melgaço e Portel (PA), foi cedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) ao Museu Paraense Emílio Goeldi para sediar a Estação Científica Ferreira Penna. Inaugurada em 1993, é hoje uma das melhores bases científicas instaladas em áreas florestais.

Uma mega infraestrutura no meio da floresta, com auditório, laboratórios, barcos, torre de coleta de dados meteorológicos, acesso à internet e telefonia via satélite, permite que pesquisadores de todo o mundo aprofundem conhecimentos sobre aspectos biológicos, ecológicos, físico-climáticos e antropológicos em ambientes florestais bem conservados.

Através do Programa Floresta Modelo na Flona de Caxiuanã, o Museu Goeldi também promove a educação ambiental junto às comunidades residentes no entorno daquela Floresta Nacional, a mais antiga do Brasil, criada em 1961. São iniciativas direcionadas para Melgaço e Portel (PA), municípios com o primeiro e o décimo segundo, respectivamente, menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Duas grandes ações do Programa já fazem parte do calendário escolar da região: a Feira Itinerante de Ciências e as Olimpíadas de Caxiuanã.

Assista ao vídeo comemorativo dos 20 anos da Estação Ferreira Penna aqui.

Texto: Luena Barros