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Agência de Notícias

Brasil perde Cândido Simões Ferreira

Pesquisador atuou no Museu Goeldi na década de 1950
publicado: 25/09/2013 11h45, última modificação: 15/08/2017 09h50

Agência Museu Goeldi - O Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) registra com pesar o falecimento do Dr. Cândido Simões Ferreira nesta segunda-feira, dia 23 de setembro. Mineiro de Ponte Nova, Cândido Simões Ferreira tinha 92 anos. Pesquisador emérito do Museu Nacional no Rio de Janeiro e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na década de 50, atuou como pesquisador-chefe da Divisão de Geologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém do Pará. Dentre as suas contribuições mais relevantes estão pesquisas sobre a geologia e a paleontologia da Formação Pirabas, na região norte do Brasil.

Em depoimento, o ex-Diretor do Museu Goeldi e paleontólogo, Dr. Peter Mann de Toledo, lembra a contribuição que Simões juntamente com Osvaldo Rodrigues da Cunha deu em trabalhos publicados no Boletim da Casa. “Ele, junto com  Cunha, foi responsável por uma série de trabalhos publicados no Boletim do MPEG sobre a Paleontologia de Pirabas”, diz Toledo.

Legado - “A valiosa contribuição de Cândido Simões Ferreira para a paleontologia do estado do Pará marcou um período de elevada produção científica da então Divisão de Geologia do Museu Goeldi,” lembra a Dra. Heloísa Santos, paleontóloga e pesquisadora da, hoje, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Museu Goeldi.

Para Heloísa, que é curadora da Coleção de Paleontologia do Museu, “Dentre os diversos trabalhos de Cândido Simões Ferreira sobre a paleontologia da Formação Pirabas, realizados com a colaboração de Osvaldo Cunha, destacam-se aqueles de documentação da diversidade de moluscos fósseis da Formação Pirabas, trazendo à luz várias espécies - ainda desconhecidas para a Ciência - da importante e rica malacofauna miocênica do norte do Brasil. Esses trabalhos deram notoriedade à Formação Pirabas e ressaltaram a relevância dos estudos paleontológicos no norte brasileiro.”

Lembranças – A pesquisadora e também paleontóloga do Museu, Dra. Maria Inês Ramos, lembra da forma carinhosa como todos na comunidade paleontológica e fora dela, tratavam Dr. Cândido Simões Ferreira. "´Candinho´ como também era conhecido foi de suma importância para os estudos paleontológicos no Brasil”, afirma.

Numa nota mais pessoal, Maria Inês diz: "Não esqueço, quando ia para os Congressos de Paleontologia, ainda no início, quando estava ingressando na Paleontologia, lá estava o Prof. Candinho divertindo o pessoal com suas piadas". Espirituoso, o pesquisador Candido Simões Ferreira é reconhecido por décadas de Ciência e “deixa seu registro na história paelontológica e ficará na lembrança de todos”, afirma Dra. Maria Inês.

Reconhecimento - Entre as décadas de 50 a 90, ele “contribuiu com o estudo fossilífero de diferentes unidades e idades, principalmente do Norte e Nordeste do país”, afirma Maria Inês, que lembra, especificamente, os estudos do período “do Cretáceo da Formação Itapecuru (Bacia de São Luís-Grajaú), da Formação Pirabas no norte e nordeste do Pará e Bacia do Parnaíb, entre outras”. Cândido Simões Ferreira produziu diversas publicações inclusive no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi e nos Anais da Academia Brasileira de Ciências.

Segundo Maria Inês, “Em 1955, juntamente com o Dr. Osvaldo Cunha, “Candinho” foi de grande contribuição para a reativação da Geologia e Paleontologia no Museu Emílio Goeldi, quando se iniciou um novo período de elevada produção científica e do incremento das coleções geológicas (paleontológicas e mineralógicas)  do MPEG”.

Mais informações, conferir Revista Brasileira de Paleontologia número 1, janeiro/junho, 2001; e Catálogo de Fósseis do Museu Emílio Goeldi.

Confira obituário publicado no site da Academia Brasileira de Ciências e o perfil do pesquisador.

Texto: Jimena Felipe Beltrão

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