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Campo de produção de Ciência

Um universo preservado e pleno de informação esse é o território sobre o qual a pesquisa se debruça em Caxiuanã, no norte do Brasil
publicado: 02/10/2013 14h00, última modificação: 18/08/2017 11h00

Agência Museu Goeldi, Floresta Nacional de Caxiuanã - Sir Ghillean Prance, botânico inglês que lidera grupo de britânicos em visita à Estação Científica Ferreira Penna, na Floresta nacional de Caxiuanã. Veterano em estudos de flora amazônica, Sir Prance tem trabalhos com a vitória régia e a castanha do pará. Ele tão pouco é neófito no que diz respeito à Flona Caxiuanã. 

Já nos anos 60, Prance colaborava com o Dr. João Murça Pires, botânico brasileiro, fundador da hoje Embrapa Amazônia Oriental, então Instituto Agronômico do Norte (IAN) e responsável por uma parte significante das coleções hoje depositadas nos herbários como o do Museu Goeldi que leva o seu nome. 

Um perfil de Murça Pires, escrito pelo botânico do Museu e aluno de Prance em curso de pós-graduação no instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Dr. Pedro Lisboa em parceria com o ecólogo Samuel Soares de Almeida, falecido em 2011, apresenta de forma detalhada a contribuição dele para a flora amazônica.

Responsável pelas negociações para construir uma base de pesquisas avançadas em Caxiuanã, Sir Prance apresentou a ideia ao governo britânico em 1990 e já em 1993, acontece a inauguração da Estação Científica.

Vinte anos depois, Prance retorna a Caxiuanã e se diz muito bem impressionado com a qualidade da construção civil e da manutenção da infra-estrutura depois de anos de sol, chuva e umidade que não faltam à Amazônia. "Estou muito impressionado com o estado de conservação", disse hoje cedo, durante o café da manhã e antes de empreender trilha para visitar experimento em campo que estuda o clima e a atmosfera da Amazônia em Caxiuanã.

Cooperação - O intercâmbio de estudantes e orientadores pode representar o incremento dos resultados de pesquisa científica em ambiente tão rico e ainda pouco explorado como Caxiuanã. Sir Ghillean Prance se mostra otimista quanto às possibilidades de cooperação entre biólogos e cientistas do clima brasileiros e britânicos. As parcerias precisam, na sua opinião, "comprometer alunos de pós-graduação e orientadores, tanto do Brasil como do Reino Unido, com o desenvolvimento de pesquisas na Flona Caxiuanã".

Nem a distância nem o tempo de deslocamento - são 16 horas de viagem de barco de Belém até a base em Caxiuanã - devem ser impedimentos para o interesse científico e a geração de conhecimento sobre a região amazônica. Sobre isso, poucos discordam, mas ainda há um longo e contínuo percurso na obtenção de recursos que concretizem mais essa empreitada amazônica.

 

Texto: Jimena Felipe Beltrão