Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Comunidades ribeirinhas da Amazônia
conteúdo

Agência de Notícias

Comunidades ribeirinhas da Amazônia

Projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas (Renas) é tema do “Destaque Amazônia” desse mês de maio
publicado: 02/05/2013 15h30, última modificação: 13/08/2017 11h40

Agência Museu Goeldi - Estudos realizados no âmbito da Antropologia da Pesca levaram pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), com o Projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas (Renas), a conhecer o universo das tradições culturais da vida a beira do rio, a partir de narrativas de moradores de diversas comunidades amazônicas.


O projeto, que começou em 1960, teve início quando a Dra. Lourdes Gonçalves Furtado, pesquisadora titular do Museu e Doutora em Ciência Social (Antropologia Social), acelerou o processo de captação de recursos para que o projeto pudesse se desenvolver.

O Destaque Amazônia, n° 61, de Maio de 2013, conta atividades atuais desenvolvidas pelo projeto, que garante formação e conhecimento para muitos estudantes que escolheram o Renas como tema de trabalhos de mestrado e doutorado. Júlio Matos, da Agência Museu Goeldi, assina os textos.

Economia mista - Ilha de Saracá, no município de Limoeiro do Ajuru, distante aproximadamente 200 km de Belém, a capital paraense, foi tema do trabalho de Genisson Chaves que associou a pesca e o açaí no dia a dia da comunidade. Estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA) e bolsista do Renas, Genisson  estudou a pesca e o extrativismo do açaí como principais atividades e fonte de renda dos moradores locais.

Em Saracá, homens adultos são os maiores responsáveis pela coleta do açaí e as mulheres, junto com meninos e meninas, coletam o fruto para consumo familiar e comercialização. Já na pesca, os dois gêneros também participam, mas há um predomínio da presença masculina nesse tipo de atividade. Dessa forma, observa-se a chamada economia mista, da qual a comunidade vive. 

A pesquisa de Genisson Chaves busca entender melhor como esses elementos se conectam e permitem com que ambas as atividades, tanto a pesca quanto a produção do açaí, sejam principal fonte de renda para moradores da ilha.

Da educação ao cultivo - Também desenvolveram pesquisas pelo projeto Renas, Thainá Nunes, estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Francisco José dos Santos Rente Neto. Ambos são bolsitas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/Cnpq) no Museu Goeldi. 

Thainá, que teve seu trabalho premiado entre os melhores da iniciação científica das Ciências Humanas do Museu Goeldi em 2012, fundamentou-se no modus vivendi de uma comunidade na qual a educação do cidadão baseia-se no conhecimento transmitido de geração a geração. Já Francisco explora aspectos da relação de uma comunidade em Curuçá, nordeste paraense ao cultivo da Mandioca.

A gente da beira do rio – Em destaque, no jornal, prevalecem aqueles que são fundamentais nos estudos dos pesquisadores: as populações tradicionais das comunidades ribeirinhas. O pescador, o homem que cata e a mulher que “disbulha” o açaí, o extrativista da mandioca e o produtor da farinha são os protagonistas dessa edição. Conhecer os conflitos, os recursos naturais e o trabalho dessa gente são pontos cruciais do projeto Renas. 

E como trabalham... Homens e mulheres, agentes produtivos na coleta de recursos naturais, da pesca, do extrativismo, da produção dos paneiros, da cata ao caranguejo e camarão, dos que batem açaí. E trabalham do plantio até o processamento da mandioca. Mesmo com a ajuda da tecnologia da máquina do açaí ou da ancestral peconha, sem o dia a dia de produção, a sabedoria e o trabalho braçal, não há produto final. Sem a força humana não haveria a farinha, o açaí batido, o camarão para compor a mesa do paraense, de outros brasileiros e até de mesas internacionais.

Destaque Amazônia – Jornal bimestral, esse trabalho é feito pela equipe do Serviço de Comunicação Social (SCS) do Museu Goeldi, disponível gratuitamente no site da instituição. Para acessar,clique aqui. O produto da Agência Museu Goeldi é uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Para entrar em contato com a equipe do jornal, enviar e-mail para:destaqueamazonia@museu-goeldi.br.

Texto: Silvia de Souza Leão