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Conhecimento cidadão

Conhecer para respeitar e para beneficiar a sociedade. Lições históricas em prol da inovação tecnológica no Brasil
publicado: 09/10/2013 13h45, última modificação: 18/08/2017 11h20

Conhecimento empreendedor. Ciência inovadora. Compromisso social da ciência e uso social do conhecimento científico. São alguns dos temas de entrevista do Dr. Álvaro Toubes Prata, Secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A entrevista foi concedida durante sua estadia em Belém no final da semana passada, onde o Secretário participou do Seminário Biodiversidade, Inovação, Sustentabilidade, que celebra os 20 anos da Estação Científica Ferreira Penna, do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). No evento pesquisadores brasileiros e britânicos discutiram possibilidades de cooperação científica.

O Brasil precisa dar o passo adiante, quando Ciência se transforma em benefício social concreto” diz Álvaro Prata quando expõe suas idéias sobre o que o desenvolvimento tecnológico e a inovação representam para o País e para a humanidade.

Conhecer é respeitar - O ato de conhecer é um ato do cidadão em qualquer sociedade. “É nossa obrigação como cidadão conhecer a natureza, o mundo físico”, assim o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico, do Ministério da Ciência e Tecnologia, Dr. Álvaro Prata, define o papel da sociedade diante da necessidade de valorizar o seu entorno, que deve ser respeitado e que também pode ser revertido em benefício para as populações humanas.

A herança civilizatória comprova que não se pode ignorar ou desconhecer,” indica Álvaro Prata, engenheiro mecânico de formação, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

É através do conhecimento, do que se aprende que é possível operar mudanças que tragam melhorias para a vida cotidiana. Na perspectiva de Álvaro Prata, a educação se comprova cada vez mais importante. “O conhecimento leva ao respeito à natureza, à inserção social e a oportunidades onde a natureza é vista como patrimônio”, diz o Secretário.

Para Álvaro Prata, respeitar a vida - prática essencial em sociedade - é parte das verdades fundamentais e não das momentâneas, onde hábitos equivocados têm levado a ameaçar o frágil e delicado equilíbrio do Planeta.

Em busca de benefícios – A capacidade inventiva do ser humano promove inúmeros benefícios para melhorar a qualidade de vida na Terra.  Descobrir uma Floresta Nacional como a de Caxiuanã, onde o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), unidade de pesquisa do MCTI, mantém há 20 anos, a Estação Científica Ferreira Penna, é uma tarefa que requer “cuidado e delicadeza” disse o Secretário de desenvolvimento tecnológico, Dr. Álvaro Prata.

O Brasil tem tesouros que precisa cuidar e “cuidar significa conhecer”. Mas, para o Secretário, é preciso transformar a riqueza do conhecimento científico em proveito para a sociedade. “Incorporar a informação gerada pela Ciência à cultura, ao cotidiano, transformando, por exemplo, as condições do saneamento, da saúde,” é uma das muitas maneiras de trazer o conhecimento para o uso social. “Não conhecemos os usos daquilo que descartamos, por exemplo: lixo não é necessariamente, lixo”, afirma Álvaro Prata para quem a inovação com sustentabilidade pode responder a várias demandas sociais prementes.

Para ele, ampliar a idéia do cientista observador para o cientista empreendedor é um compromisso social. Pessoas que dominam o conhecimento precisam ser inovadoras. “Convertidos para a ciência empreendedora, de cunho social podem mudar o mundo como fizeram alguns dos maiores personagens da história da humanidade”. Dentre os inovadores sociais do mundo, Prata elege: Mahatma Gandhi e Nelson Mandela.

Entrevista concedida à jornalista Jimena Felipe Beltrão, da Agência Museu Goeldi, em Belém, 4 de outubro de 2013.