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Controvérsia e história no Boletim do Museu

Hidroelétricas e antropologia física, além de artigo sobre relato inédito de jesuíta que viveu na Amazônia Colonial
publicado: 24/01/2013 15h45, última modificação: 08/08/2017 11h33

Agência Museu Goeldi - Com nova seção dedicada a debates, foi lançado no início do mês de janeiro o novo número do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas (v. 7, n. 3, set.-dez. 2012) está disponível online http://www.museu-goeldi.br/editora/humanas/index.html.

A nova seção da revista, chamada “Debate”, se dedica, segundo seu editor Nelson Sanjad, “a gerar controvérsia sobre temas polêmicos e atuais”. Em sua versão inaugural, especialistas respondem à pergunta: as hidrelétricas na Amazônia geram desenvolvimento para quem?

O jornalista Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, do Pará, a geógrafa Bertha Becker, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o engenheiro Francisco Del Moral Hernandez, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) discutem aspectos relacionados ao tema. Entre os tópicos abordados estão: a falta de transparência do governo federal no processo de planejamento e execução das obras; a falta de integração das grandes hidrelétricas com uma política justa de uso e gestão da água; e a necessidade de revisão do processo de licenciamento ambiental para este tipo de empreendimento.

A publicação apresenta ainda o dossiê “Corpos, medidas e nação”, organizado por Vanderlei Sebastião de Souza e Ricardo Ventura Santos (Fiocruz), que reuniram cinco artigos sobre a história da antropologia física no Brasil. Os autores destacam em seus trabalhos as conexões transnacionais, as adaptações locais e o fundo raciológico das discussões e práticas científicas de final do século XIX e início do XX.

Já a tradicional seção “Memória”, publica dois textos: um sobre o Congresso Universal de Raças, realizado em Londres em 1911, com participação dos brasileiros João Baptista de Lacerda e Edgard Roquette-Pinto; e outro sobre um inédito relato do jesuíta português Jacinto de Carvalho (1677-1744), que viveu durante 13 anos entre índios na Amazônia. Esse relato é considerado a principal fonte etno-histórica para a região na primeira metade do século XVIII, cujos trechos de interesse etnográfico foram vertidos à língua portuguesa.