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Dados sobre biodiversidade em um clique

Museu Goeldi integra o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira e disponibiliza dez coleções de invertebrados, inicialmente. A instituição tem como meta inserir 800 mil registros de espécies, sobretudo, da região amazônica
publicado: 01/07/2014 11h30, última modificação: 05/09/2017 11h35

Agência Museu Goeldi – Mais de 30 mil registros de espécies, a maioria amazônicas, dos acervos das coleções biológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi foram integrados ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr), uma ação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Tratam-se de informações sobre sub-grupos de Aracnídeos e Coleópteros que agora estão ligados aos sistemas brasileiro e internacional de informações sobre biodiversidadee podem ser acessados online.

Para acessar os dados do Museu Goeldi no SIBBr, clique aqui.

“O SIBBr é um ponto de acesso comum para todas as instituições brasileiras”, explica o chefe do Serviço de Tecnologia da Informação, Dr. Marcos Paulo Sousa. Com a integração dos dados, é possível ter uma visão geral da biodiversidade no país. Além disso, através deste sistema, o MPEG se conecta ao Global Biodiversity Information Facility (GBIF). “É uma rede global interoperável de dados de biodiversidade. O que isso quer dizer? Que as instituições de todo o mundo podem se conectar e encaminhar e consultar dados de biodiversidade para que possam compartilhar entre elas”, comenta Marcos Paulo.

O Museu Goeldi é uma das instituições com maior número de dados no SIBBr. Já são dez coleções de invertebrados com 31.977 registros: Amblypygi, Aranae, Opiliones, Scorpiones, Ricinulei, Schizomida, Uropygi, Solifugae, Acari e Coleoptera. A previsão é que sejam integrados acervos da Zoologia, Botânica e Paleontologia, somando cerca de 800 mil registros.

Informatização das coleções biológicas – Há aproximadamente 4,5 milhões de itens tombados nas coleções científicas do Museu Goeldi, o que o torna uma das três maiores instituições detentoras de coleções científicas do país. Os acervos biológicos nas áreas de Paleontologia, Botânica e Zoologia são subdivididos em 43 sub-coleções.

Desde 2009, com o apoio do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio Amazônia Oriental, o MPEG realiza a informatização deste acervo, gerenciando-o com o sistema Specify – um software dedicado à catalogação e gestão de coleções zoológicas e botânicas, desenvolvido pelo Biodiversity Research Center da Universidade do Kansas. O Herbário, as coleções de invertebrados e quase todas as de vertebrados, com exceção da Mastozoologia, já estão informatizadas e parte destes acervos está disponível online.  Para acessá-los, clique aqui.

“A instituição está à frente do processo devido à preocupação existente com a informatização dos acervos biológicos, antes mesmo de se pensar em um sistema nacional de biodiversidade para tal fim”, afirma o coordenador do projeto e Presidente da Câmara Técnica de Biodiversidade do MPEG, Dr. Cleverson dos Santos.

Segundo o pesquisador, a parceria com o SIBBr permite “concatenar todos os dados que se conhece em termos de biodiversidade do país, inclusive, dados que estão fora do país, mas que são relativos ao Brasil”. Ao permitir maior visibilidade e facilidade de acesso aos usuários a dados atualizados sobre os ecossistemas brasileiros, a plataforma poderá dar grande contribuição às políticas públicas de conservação ambiental, além de alavancar as pesquisas sobre a diversidade biológica.

O pesquisador acrescenta ainda: “Trata-se de um processo contínuo, pois o banco de dados de acervos biológicos é extremamente dinâmico e está em constante crescimento”.

Cuidados – Em geral, as informações disponibilizadas sobre as espécies são: o registro taxonômico, isto é, a classificação dos seres vivos que permite indicar características fisiológicas, evolutivas, anatômicas e ecológicas; e o biogeográfico, que está associado ao local e o período de ocorrência da espécie. Porém, é preciso enfatizar que cada coleção tem sua peculiaridade.

Cleverson dos Santos explica que é preciso verificar quais informações podem ser disponibilizadas ao público para não afetar o nível de conservação das espécies: “É preciso ter um protocolo de quais, quantos e como esses dados serão publicados. Há, por exemplo, dados de coordenadas geográficas onde se pode encontrar uma espécie ameaçada de extinção. Isso disponibilizado publicamente há certo risco de estimular a biopirataria, caça, etc, agravando a exploração que existe dessas espécies. Então, é preciso discutir uma política de dados considerando as peculiaridades de cada coleção”.

SIBBr – O sistema é desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em parceria com o Museu Goeldi, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). O objetivo é integrar informações sobre a biodiversidade e ecossistemas brasileiros, produzidas por instituições governamentais e não governamentais do país.

Texto: Luena Barros