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Agência de Notícias

Descobertas marcam a agenda científica do Museu em 2012

Inventários e planos de manejo também constituíram-se em ações de pesquisa institucional neste ano.
publicado: 31/01/2013 11h30, última modificação: 08/06/2018 09h38

Descobertas científicas, censo da biodiversidade, elaboração de plano de manejo há muito aguardado e aprovação de recursos para pesquisa ecológica de longa duração na Floresta de Caxiuanã, no Marajó: fazendo jus ao pioneirismo científico na Amazônia e à sua credibilidade internacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) teve um ano de 2012 bastante producente em termos de pesquisa. Confira alguns dos feitos marcantes na agenda científica desta, que é a mais antiga instituição de pesquisa da região, ao longo do último ano. Basta clicar nos títulos abaixo para ler a reportagem original.

Reaparição do pau-cravo

Servindo à extração de cravo e canela durante o Brasil Colonial, o pau-cravo é uma árvore da Floresta Amazônia que se acreditava extinta até dez anos atrás, quando uma equipe de pesquisadores do Museu Goeldi encontrou um exemplar dessa planta em Juruti, no oeste paraense. Posteriormente, em 2008, os botânicos da instituição se depararam com uma população de aproximadamente duas centenas de paus-cravos na mesma área, onde hoje é explorada a bauxita em empreendimento mineral da Alcoa. Atualmente, essa planta consta das listas das espécies ameaçadas de extinção divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) do Pará.

Anfíbio raro

Também neste ano, o Museu Goeldi abrigou dois exemplares Atretochoana eiselti, nome atribuído pela ciência ao anfíbio descoberto no primeiro semestre em canteiro de obras da Usina Hidrelétrica (UHE) de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho (RO). Até então, só havia registro deste anfíbio considerado raro no Museu de História Natural de Viena, na Áustria, e na Universidade de Brasília (UnB). Seis espécimes do animal, que ficou conhecido como cobra mole, foram encontrados no Rio Madeira, entre as pedras que compunham as corredeiras da UHE Santo Antônio, durante o processo de secagem. "A Amazônia é uma caixa de surpresa em se tratando de anfíbios e répteis. Ainda há muita coisa para ser descoberta", afirmou, à ocasião, o biólogo Juliano Tupan, analista socioambiental da Santo Antônio Energia, concessionária da UHE.

Plano de Manejo de Caxiuanã

Coletânea de regras para a gestão da Floresta Nacional (Flona) de Caxiuanã, o Plano de Manejo foi elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a partir de informações científicas fornecidas pelo Museu Goeldi, e aprovado por moradores, gestores públicos e representantes da sociedade civil organizada de Caxiuanã neste segundo semestre, 51 anos após o estabelecimento dessa floresta como uma Unidade de Conservação. Instrumento de ordenamento territorial, o zoneamento é o ponto principal do documento e divide a Flona em seis zonas, sendo a área destinada ao Manejo Florestal Sustentável a maior de todas, ocupando 57% dos 330 mil hectares do Marajó ocupado por Caxiuanã.

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PELD Caxiuanã recebe auxílio do CNPq

Há vinte anos, completos neste 2013, o Museu Goeldi estuda a Flona de Caxiuanã a partir da Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), alocada em meio à floresta para viabilizar investigações sobre a sociobiodiversidade da região. Para tanto, uma das ferramentas é o projeto Implantação de Parcelas Permanentes de Monitoramento da Dinâmica Florestal de Florestas Inundadas do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), desenvolvido pelo Goeldi com o objetivo de estudar as dinâmicas florestais das áreas inundadas da Flona de Caxiuanã, que passou a contar, neste ano, com recursos concedidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Censo da Biodiversidade

Organizar e tornar público o conhecimento sobre a riqueza biológica da Amazônia, produzido a partir dos grupos de pesquisa atuantes na região. Esse é o objetivo do Censo da Biodiversidade, lançado em maio deste ano pelo Museu Goeldi como uma ferramenta de disponibilização de dados confiáveis sobre as espécies amazônicas. Integrado a bases de dados internas e de outras instituições, como o SIB-Br, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Censo vai oferecer uma Lista de Espécies da Amazônia Brasileira e, mais adiante, do Bioma Amazônia, a partir desse trabalho colaborativo. Conheça mais sobre o projeto, de autoria da Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação do Museu Goeldi, no site oficial.

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Floresta urbana e a RMB

Cinco botânicos do Museu Goeldi investigaram o estado de conservação da flora amazônica que rodeia a Região Metropolitana de Belém (RMB), um dos maiores centros urbanos do norte do Brasil. Por meio desse estudo, os pesquisadores Dário Amaral, Ima Vieira, Rafael Salomão, Mário Jardim e Samuel Almeida (falecido em 2011) puderam recomendar ações emergenciais para a preservação dessas florestas urbanas da Amazônia Oriental.