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É dia de feira no Museu Goeldi!

No Parque Zoobotânico, semanalmente, é realizada a Feira de Agricultura Familiar com os moradores do assentamento Abril Vermelho, resultado de parceria com a UFRA. Uma vez por mês, também ocorre a Feira Livre da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (SUSIPE), onde os custodiados vendem seus produtos, como hortifrutigranjeiros, movelaria, plantas ornamentais e artesanatos.
publicado: 05/03/2018 15h15, última modificação: 06/03/2018 10h29
Exibir carrossel de imagens Karolainy Lima Alguns dos produtos vendidos na Feira da Agricultura Familiar

Alguns dos produtos vendidos na Feira da Agricultura Familiar

Agência Museu Goeldi – Os moradores do entorno e mesmo quem corre em volta do Museu Paraense Emílio Goeldi já organizaram sua agenda: terça-feira é dia de feira de produtos hortifrutigranjeiros na instituição. Tapioca, macaxeira, abóbora, urucum, cacau... A variedade tem cor, sabor e cheiro. A chamada “Feira da Agricultura Familiar” resulta de um projeto da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) com produtores do município de Santa Barbara. Acionado, o Museu Goeldi topou a parceria e toda a semana abre os portões na entrada lateral de veículos da instituição na Travessa Nove de Janeiro e apresenta os produtores e as mercadorias do assentamento Abril Vermelho. É a ciência regional melhorando a comida, oriunda da biodiversidade amazônica, que chega a sua mesa.

Alguns dos produtos vendidos na Feira da Agricultura Familiar. Um dos produtores, o senhor Deusdete Sousa, popularmente conhecido como “Paragominas”, explica que um dos diferenciais de seu assentamento é o de investir no produto orgânico. “As pessoas preferem agora os produtos orgânicos. Eu observo que a maioria dos produtores trabalham com os convencionais. Então, a gente está fazendo um treinamento através do Sebrae e da UFRA pra produzir orgânico”, conta o feirante.

Dos clientes mais assíduos do espaço, está Orbélia Videira, que costuma visitar a feira de orgânicos do Museu Goeldi todas as terças-feiras. De todos os motivos que a levam até lá, “o regionalismo dos produtos”, é o que mais a atrai. Outro cliente do local é o senhor Raimundo Santos, que, acompanhado da esposa, Felismina, sempre que pode passa pelo local. “Eu sempre compro aqui pela proximidade e também pelo lado de ajudar um pouquinho, né? É bom a gente olhar esse lado. O grande ali (se referindo aos supermercados) tem demais e esse aqui tem pouco”, diz o senhor. Contudo, apesar de gostar dos produtos, reclama um pouco dos preços, segundo ele, algumas vezes elevados. Porém, de acordo com a feirante Marlene Souza, o valor de alguns produtos pode ser justificado pela sua qualidade. “É orgânico. Nós não trabalhamos com química. Por aí tem canto mais barato, mas não é que nem o nosso, orgânico”, justifica.

Feira Livre no Museu Emílio Goeldi, parceria com a SUSIPE. Foto Anderson Silva-Agência Pará.pngA valorização do orgânico costuma ser, para os integrantes do assentamento, uma das principais vantagens do que ofertam no Museu Goeldi. “Eles [moradores da área] dão valor porque eles têm conhecimento que é orgânico”, conta ela.

Em dias de venda, os feirantes costumam sair de Santa Bárbara por volta das 4h, para chegar a tempo em Belém. Por isso, para Marlene, outra qualidade do espaço é o fluxo constante de pessoas, o que possibilita que os feirantes consigam vender suas mercadorias cedo. “É rápido. Porque as pessoas vêm fazendo as caminhadas e dá 11h, no mais tardar, a gente já pode ir embora, porque aí acabou o movimento”, relata.

Além de abrigar a feira de agricultura familiar de Santa Barbara, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi abriga, uma vez por mês, a Feira Livre da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará - SUSIPE.

Inicialmente, a Feira da Agricultura Familiar de Santa Barbara ocorria apenas no campus da UFRA, na avenida Perimetral. Porém, segundo conta Wilza Pinto, coordenadora técnica do programa de extensão “UFRA na Reforma Agrária”, do qual a feira faz parte, durante os períodos de greve os trabalhadores ficavam sem espaço. Foi somente durante uma visita ao Goeldi que surgiu a ideia de mudar o local. “Eu estava na Goeldi e vi que tava acontecendo uma outra feira, a da SUSIPE, aí resolvi contatar o Pedro sobre a possibilidade de realizar as feiras no Goeldi”, explica. Passado o período de teste e com a boa receptividade da feira pelos moradores e visitantes locais, estabeleceu-se que as mesmas ocorreriam toda semana, às terças-feiras.

Feira da Agricultura Familiar no Museu Goeldi, parceria com a UFRA. Foto Karolainy LimaUFRA na reforma Agrária – A iniciativa da Feira da Agricultura Familiar pertence ao programa de extensão da UFRA, intitulado “UFRA na Reforma Agrária”, onde produtores do assentamento Abril Vermelho, do município de Santa Barbara do Pará, vendem seus produtos, que são agroecológicos e livre de agrotóxicos. Um dos procedimentos do projeto é fornecer aos feirantes capacitação. Os temas abordados com os pequenos produtores rurais variam desde assuntos como mercado e comercialização de produtos a preservação e otimização da terra.

Outro objetivo do programa, é o de promover o desenvolvimento dos assentamentos e possibilitar que os estudantes universitários conheçam a realidade da agricultura familiar. Além do Museu Goeldi, a Feira da Agricultura Familiar também ocorre na UFRA e no Instituto de desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade – Ideflor-bio.

Feira Livre – A parceria entre o Museu Emílio Goeldi (MPEG) e a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (SUSIPE) surgiu após um acerto entre as duas organizações para contribuir para a reinserção social dos custodiados – o Museu Goeldi buscava ajuda para revitalizar o muro do Parque Zoobotânico e a SUSIPE, buscava locais que abrissem espaço para a mão de obra que eles qualificaram. Durante as conclusões do trabalho, a Superintendência propôs ao Museu Goeldi apoio ao “Projeto Nascente” por se tratar de um espaço público muito frequentado e conhecido.  “O Museu Emílio Goeldi nos proporcionou mais um espaço para a gente mostrar o trabalho de reinserção social. Com a parceria, a gente consegue dar a resposta para a sociedade que nós estamos trabalhando o indivíduo para que saia uma pessoa recuperada socialmente”, diz Ivaldo Capeloni, diretor de Reinserção Social da SUSIPE.

Na Feira Livre são encontrados hortifrutigranjeiros e outros produtos. Foto Anderson Silva-Agência ParáA variedade de produtos vendidos na feira é grande, sendo possível encontrar hortifrutigranjeiros, movelaria, plantas ornamentais e artesanatos em geral, todos produzidos pelos internos.

Projeto Nascente –   Trata-se de uma ação entre vários órgãos do Governo do Estado que tem o intuito de atender as necessidades e aproveitar o grande potencial agroindustrial disponível na Colônia Penal Agrícola de Santa Isabel (CPASI) e como uma forma de disponibilizar aos interno as melhores técnicas agrícolas e de empreendedorismo nesse segmento. Além do Museu Goeldi, a superintendência também buscou o apoio de outras instituições. “Nós buscamos, na época, o apoio de todas as secretarias afins, como por exemplo a Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Agricultura, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Embrapa”, explica Ivaldo Capeloni.

Serviço – As “Feiras Livres” com produtos da Colônia Penal Agrícola de Santa Isabel acontecem uma vez por mês, das 7h às 11h. As próximas serão nos dias: 22/02, 22/03, 26/04, 24/05, 21/06, 19/07, 23/08, 20/09 e 25/10.

As “Feiras da Agricultura Familiar” dos produtores de Santa Barbara ocorrem todas as terças-feiras, também das 7h às 11h.

Ambas estão localizadas no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, com entrada pelo portão de veículos da Travessa 9 de Janeiro.