Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Ecossistemas amazônicos: suas particularidades e novidades no Destaque
conteúdo

Agência de Notícias

Ecossistemas amazônicos: suas particularidades e novidades no Destaque

Em julho, o informativo bimestral do Museu Paraense Emílio Goeldi aborda o reaparecimento do pau-cravo na Amazônia; turismo como possibilidade de conservação ambiental em Quatipuru (PA) e o lançamento do livro sobre estudos etnoecológicos e socioculturais na reserva extrativista Marinha Mãe Grande
publicado: 01/07/2013 14h45, última modificação: 14/08/2017 11h04

Agência Museu Goeldi - A nova edição do Destaque Amazônia traz matérias sobre o reaparecimento do pau-cravo na Amazônia. Em 2002, durante a elaboração do primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, uma equipe de botânicos do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) encontrou um exemplar de pau-cravo (Dicypellium caryophyllaceum), árvore nativa da floresta amazônica de onde da casca e inflorescência se retiram a canela e o cravo, respectivamente.

Considerada uma droga do sertão, o pau-cravo foi explorado quase a exaustão quando o Brasil era uma colônia de Portugal. Nos últimos cinco anos, foram encontradas 250 árvores na comunidade de São Francisco de Aruã, em Juruti. O pau-cravo também é conhecido como cravo-do-maranhão, cravo-do-pará, cravo-do-mato, canela-cravo e pode ser empregado na produção de perfumes, fármacos e alimentos. 

Quatipuru – O Destaque Amazônia apresenta duas pesquisas de Iniciação Científica orientadas pela pesquisadora do MPEG Dra. Cristina Senna desenvolvidas no município de Quatipuru, no Pará. Num primeiro momento somos apresentados ao estudo “O turismo como promotor da conservação ambiental nos ecossistemas da planície costeira do município de Quatipuru - Pará”, desenvolvido pela bolsista Stephanie Holanda.

 A iniciativa trabalha principalmente a desmistificação do turismo como uma atividade conhecida como prejudicial ao patrimônio natural, histórico, arquitetônico e até mesmo imaterial da cidade. A abordagem da paisagem feita pela futura bacharel em turismo também não descarta as pessoas enquanto agente transformados pelo ecossistema na mesma medida em que o transformam. A bolsista inventariou as potencialidades turísticas naturais de Quatipuru a partir dos mapeamentos das paisagens da área.

Já o bolsista PIBIC, e estudante de geografia, Adalberto Silva, analisou os ecossistemas de duas comunidades: Borges e Taperinha, onde seus moradores imprimem suas presenças nos ecossistemas por meio, principalmente, do trabalho – a exemplo da criação de gado bubalino. 

Intitulada de “Memória, percepção e conhecimento das populações locais do município de Quatipuru sobre a dinâmica natural e antrópica dos ambientes costeiros e subcosteiros”, a pesquisa desenvolvida por Adalberto comparou informações colhidas em campo com os dados da literatura acadêmica, e percebeu que, apesar do desmatamento ser um resultado natural dos ciclos econômicos impostos historicamente pelas pessoas à região, já há nos amazônidas  observados certo grau de responsabilidade ambiental.

O bolsista explica que a região de Quatipuru é muito diversificada tanto do ponto de vista ambiental quanto do social, pois “apresenta um conjunto de ecossistemas diferenciados, como manguezais, campos inundáveis e salinos, várzeas de marés e restingas, que exigem dos comunitários diferentes técnicas e habilidades de trabalho”, explicou Adalberto.

Lançamento – Em 2013, reflexões do trabalho “Populações Tradicionais Haliêuticas – impactos antrópicos, uso e gestão da biodiversidade em comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia” desenvolvido pelo projeto “Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marinhas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia” (Renas), originaram o livro organizado por Lourdes Furtado, Isolda Maciel da Silveira e Graça Santana, intitulado ‘Extrativista Marinha Mãe Grande- Curuçá, Pará, Brasil: estudo etnoecológico e sociocultural’.

Os estudos do Renas apresentados no livro, permitiram, entre outras coisas, definir o que é uma reserva extrativista marinha em área do litoral paraense, que garante a conservação e preservação de áreas expostas a impactos humanos.

Para conferir a edição desse mês do Destaque Amazônia acesse aqui.

 


Texto: Lucila Vilar.