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Encontro com a história

Bisneta e tataraneto de Emílio Goeldi, Sandra e Rodrigo Goeldi, vieram a Belém conhecer o legado científico de seu famoso ancestral, que pesquisou a Amazônia e dirigiu o Museu no período de 1894 a 1907
publicado: 08/07/2015 11h30, última modificação: 23/02/2018 12h14

Agência Museu Goeldi - Para milhares de paraenses e visitantes de Belém, Emílio Goeldi é sinônimo de museu cuja imagem forte é um parque zoobotânico, ponto de lazer e turismo de gerações no centro da capital do Pará. No Brasil e mundo afora, ele é reconhecido pela instituição científica que ajudou a consolidar como referência na pesquisa sobre a sociobiodiversidade da Amazônia. Todavia, para Sandra, 49, e Rodrigo, 18, o nome tem um sentido muito mais pessoal, intimo, cuja sonoridade eles ouvem desde que nasceram. Emílio Goeldi é seu bisavô e tataravô, respectivamente. E nessa terça-feira (7), pela primeira vez, eles conheceram o principal símbolo do legado do seu famoso ancestral para a ciência - o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

“Todo mundo tem sempre uma história, triste ou não. No meu caso, ela está sendo de muita alegria. Eu estar aqui hoje está sendo um grande presente”, falou Sandra Goeldi em conversa com o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Jr.

Conhecer o MPEG para ela, além de reverência ao passado familiar, tem a ver com o futuro. O filho, Rodrigo, cursa Ciências Biológicas em São Paulo e tem planos de concluir a formação na Amazônia, por onde seu tataravô viajou e pesquisou, e ajudou a formar coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas no Museu, há mais de 100 anos. “Quero fazer pesquisa, então entrar em uma instituição como o Museu Goeldi, com as pós-graduações que oferece, seria muito bom”, disse.

A vinda à Belém, cidade onde Emílio Goeldi viveu por 13 anos até voltar para a Suíça, foi proporcionada por um encontro casual com a jornalista paraense, Daisy Costa, 36, que mora em São Paulo há 3 anos. Quando soube do notório sobrenome familiar de Sandra, Daisy lembrou imediatamente a um de seus lugares preferidos, o Museu Goeldi. Quando criança, Daisy participou do Clube do Pesquisador Mirim e, às vezes, quando sumia de casa era certo encontrá-la pelos caminhos do Parque Zoobotânico. Depois de conversas e preparativos, a viagem à capital paraense finalmente se concretizou esse mês com a jornalista como guia de sua terra natal.

Parque – Pela manhã, os dois descendentes visitaram a base mais famosa do Museu Goeldi, o Parque Zoobotânico. Sandra apresentou a Nilson Gabas, relíquias familiares, como a certidão de nascimento na Suíça de Edgar Goeldi, seu avô, e fotos dos Goeldi do final do século XIX. Depois, eles conheceram algumas das atrações do Parque, como o viveiro dos pássaros, o centenário Pavilhão Expositivo Domingos Soares Ferreira Penna (Rocinha) e o Aquário Jacques Huber, o mais antigo do país e que está em fase final de reformas.

A visita continuou à tarde no Campus de Pesquisa, localizado na Avenida Perimetral, onde Sandra e Rodrigo conheceram a Biblioteca Ferreira Penna, a coleção de Obras Raras e as coleções biológicas do Museu Goeldi.

Texto: João Cunha