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Agência de Notícias

Exposição apresenta a cultura do povo indígena Zo’é

A mostra “Zo’é rekoha: construindo o futuro na Terra Indígena Zo’é” marca o lançamento do Plano de Gestão Territorial e Ambiental do povo Zo’é, que vive no norte do Pará. A abertura da exposição e o lançamento do plano de gestão ocorrem na tarde desta quarta-feira (27), no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, com a participação de dez indígenas Zo'é.
publicado: 27/11/2019 12h12, última modificação: 28/11/2019 11h09

Agência Museu Goeldi – A exposição “Zo’e rekoha: construindo o futuro na Terra Indígena Zo’é” convida os visitantes do Parque Zoobotânico para conhecer os modos próprios da gestão territorial do povo indígena Zo’é. Habitantes de densas florestas situadas no interflúvio dos rios Erepecuru e Cuminapanema, no norte do Pará, os Zo’é são atualmente 310 pessoas, que se distribuem entre mais de 40 pequenas aldeias. Sua terra foi demarcada e homologada em 2009, com 668.565 hectares.

Com curadoria da antropóloga e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Dominique Tilkin Gallois, a exposição inicia com as atividades realizadas na floresta, com destaque para a caça e pesca, e segue para as aldeias, onde os Zo’e se reúnem para realizar suas festas, produção de alimentos e elaboração de seus adornos corporais. O percurso termina com a apresentação da experiência de construção do seu Plano de Gestão Territorial e Ambiental, por meio do qual os Zo’é buscam consolidar parcerias para a defesa de seu território.

Artefatos, fotografias, vídeos e desenhos, pela primeira vez reunidos numa exposição etnográfica, buscam difundir o modo de vida dos Zo’é, ilustrando aspectos importantes de suas formas de ocupação e gestão territorial.

A exposição “Zo’e rekoha: construindo o futuro na Terra Indígena Zo’é” é resultado de uma parceria entre a comunidade indígena Zo’é, o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), a Frente de Proteção Etnoambiental Cuminapanema (FPEC), da Fundação Nacional do Índio (Funai), e o Museu Paraense Emílio Goeldi, com apoio do Projeto Bem Viver Sustentável, apoiado pelo Fundo Amazônia/BNDES, e da Rainforest Foundation Noruega.

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Foto: Dominique Tilkin Gallois

Zo’é – Em situação de recente contato, os Zo’é convivem com agentes de assistência governamental há apenas três décadas, mantendo vigorosamente suas formas de organização social e territorial. As florestas, os rios e igarapés de sua terra estão bem conservados, garantindo a qualidade de seu modo de vida e autonomia na produção de sua alimentação.

Ao longo dos últimos anos, ameaças se aproximaram dos limites da terra demarcada e invasões começaram a ocorrer. É nesse contexto que os Zo’é, assim como outros povos indígenas que vivem na Amazônia, iniciaram um processo de discussão e elaboração de um Plano de Gestão Territorial e Ambiental, em que explicam suas prioridades para o futuro e definem as diretrizes para defender a integridade de sua terra e, portanto, de sua qualidade de vida. Este é o tema desta exposição.

Uma das principais características do modo de vida dos Zo’é é a intensa mobilidade das famílias entre diferentes roças e aldeias. Esse modo de ocupação garante acesso aos recursos florestais sem esgotá-los, uma vez que as atividades de cultivo das roças, de caça, pesca e coleta são feitas em pequena escala, pelas diferentes famílias, em áreas distintas. Dessa forma, eles acumulam um importante conhecimento sobre seu território, percorrido através de uma rede de caminhos que dão acesso não só às aldeias, acampamentos e capoeiras, mas a pontos específicos de caça de determinados animais, ou de locais de coleta dos mais diversos recursos utilizados no dia a dia, tanto para alimentação como para a fabricação de utensílios.

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Divulgação

 

Serviço | Abertura da exposição “Zo’é rekoha: construindo o futuro na Terra Indígena Zo’é” e lançamento do Plano de Gestão Territorial e Ambiental da TI Zo’é

Data: 27 de novembro de 2019

Hora: 15h

Local: Rocinha, Parque Zoobotânico do Museu Goeldi (Av. Magalhães Barata, 376 - São Brás, Belém – PA)

Visitação: terça a domingo, de 9h às 17h.

A exposição ficará aberta para visitação até abril de 2020.