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Agência de Notícias

Um olhar para as ciências humanas: jovens apresentam suas pesquisas no Museu Goeldi

A primeira sessão do XXVI Seminário PIBIC e II Seminário PIBIT, nesta segunda-feira (25), será de projetos da grande área “Antropologia e Arqueologia, Informação e Documentação”
publicado: 21/06/2018 18h50, última modificação: 25/06/2018 11h33

Agência Museu Goeldi - A primeira sessão no dia 25 do XXVI Seminário PIBIC e II Seminário PIBITI traz um panorama da produção de jovens cientistas na instituição nos campos da “Antropologia e Arqueologia, Informação e Documentação”, sob a orientação de estudiosos de reconhecida trajetória. São 12 exposições orais e dois painéis, que representam uma síntese dessa experiência. A sessão da manhã é coordenada pela Dra. Cândida Barros, e a da tarde, coordenada pela Dra. Helena Pinto Lima. O evento é realizado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi no período de 25 a 29 de junho, no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa da instituição localizado na Avenida Perimetral, em Belém (PA).

Corpo e água - Dois trabalhos lançam olhar delicado e original sobre populações tradicionalmente estudadas nessa grande área de produção do conhecimento: as populações indígenas. “Mulheres Karipunas do Amapá: a corporalidade do ser feminino” se detém na compreensão de “como se dá a formação do ser, da pessoa e da corporalidade da mulher, baseando-se também nos conceitos de autoetnografia e autoantropologia”. Já “A representação cultural da água no processo de demarcação da Terra Indígena Alto Rio Guamá (TIARG)” dedicou atenção ao uso do Rio Guamá, no processo de estabelecimento de fronteiras da Terra Indígena onde habitam os Tembé-Tenentehara.

A vida dos pescadores regionais também têm lugar especial na agenda científica como demonstram dois projetos que enfocam este grupo social. Em “Migração de pescadores artesanais do campo para a cidade: um estudo etnopsicológico com pescadores de uma comunidade da costa amazônica, cidade de Marapanim, Pará”, revela-se como homens e mulheres da comunidade de Tamaruteua lidam com o processo de mudança de vida para a capital do estado (Belém). Enquanto em “Uma arte milenar: curral de pesca na ilha de Marudá” faz o registro dos instrumentos de pesca artesanal para comparar como essa técnica se desenvolveu e se desenvolve, numa intrincada relação entre passado e presente.

Presente e passado - A participação do homem na construção de sua conjuntura imediata também tem espaço no conjunto das apresentações. O projeto “Expropriação, litígio e ressignificação espacial na gênese do Parque Zoobotânico do Museu Paraense de História Natural e Etnografia (1895-1907)” analisa a criação deste parque público, em Belém, a partir do processo de expropriação das residências que existiam no local e dos discursos políticos que fundamentaram a reforma da instituição. Sob o título “Contribuição do conhecimento local para a elaboração de políticas públicas socioambientais da Área de Proteção Ambiental da Ilha do Combu-Belém/PA”, analisa-se o aporte dos saberes locais da comunidade do Igarapé Combu na elaboração e execução de políticas públicas socioambientais.

Investigando o passado para entender o presente, o “Estudo de caracterização das terras pretas arqueológicas da região de Caxiuanã no âmbito do projeto: Ocupação Humana no Delta Amazônico”, analisa os solos dos sítios arqueológicos Ibama e Forte, situados Melgaço (PA), no intuito de entender os processos de formação desses sítios na Amazônia.

O resgate da história de personalidades muito simbólicas para uma das regiões mais biodiversas do planeta é o ponto de partida de mais dois projetos. “As expedições de Henri Coudreau e a produção de uma imagem amazônica” elegeu os livros produzidos pelo geógrafo e naturalista francês no Pará - com imagens que ele produziu dos povos indígenas Parintintin, Juruna e Tapayuna nas últimas décadas do século XIX - para verificar que ideias foram difundidas nacional e internacionalmente por ele, com financiamento dos governos Lauro Sodré e Paes de Carvalho. E “Trajetória e obra do médico e naturalista Francisco da Silva Castro (1815-1899)” resultou na elaboração de uma nota biográfica do paraense, formado em Portugal, e que ocupou uma série de cargos públicos, inclusive durante as primeiras epidemias de febre amarela e cólera na Amazônia. Foi elaborado ainda um inventário de sua produção intelectual.

Saúde - A saúde também foi o foco do projeto “Práticas tradicionais de atenção básica à saúde em comunidades amazônicas: confluências com referenciais de cronistas e viajantes”, que se propôs mostrar como se dá o tratamento de doenças em comunidades da região e como esses tratamentos estão sendo utilizados.

Interdisciplinar e documental - Buscando a interdisciplinaridade, o estudo “Reconstrução biogeográfica e evolução da paisagem no Sítio Mangangá, Serra Sul de Carajás, Pará” pesquisou os grupos vegetais na Serra Sul de Carajás para esclarecer pontos importantes sobre as recorrentes sucessões vegetais no Neógeno Superior e o papel do homem na formação de cenários culturais em contextos biogeográficos distintos na paisagem.

Além da pesquisa de campo, alguns projetos adotaram a investigação documental como essência de sua metodologia. É o que se poderá ver em “Novas contribuições para a história de Monte Alegre - análise de documentos históricos do Arquivo Público do Estado do Pará”, que buscou informações inéditas sobre a cidade do Baixo Amazonas referentes ao período colonial.

Painéis - A programação desta segunda-feira (25) também inclui painéis sobre os projetos: “Percepção espacial dos moradores da Comunidade do Igarapé do Combu em suas atividades de uso dos recursos naturais, após duas décadas da criação da APA do Combu – Belém/Pará”, que enfoca como os moradores da comunidade percebem a espacialidade de suas atividades de manutenção após a criação da Área de Proteção Ambiental em 1997; e “Diagnóstico e acondicionamento das cerâmicas arqueológicas do Sítio IBAMA”, que buscou compreender a história de longa duração da região de Melgaço a partir da caracterização dos vestígios coletados e dos seus contextos.

PIBIC – O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) tem como objetivo despertar vocações científicas e incentivar talentos potenciais, possibilitar o domínio do método científico e desenvolver o pensar e a criatividade do jovem universitário para a pesquisa na Amazônia, contribuindo de forma decisiva para otimizar o ingresso dos alunos na pós-graduação.

PIBITI – O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) é um estímulo a jovens do ensino superior nas atividades, metodologias, conhecimentos e práticas próprias ao desenvolvimento tecnológico e processos de inovação.

Para mais detalhes, acesse a programação e o livro de resumos.

 

Texto: Erika Morhy

 

Serviço | Seminário PIBIC/PIBITI 2018 do Museu Goeldi

Tema: Ciência, Sociedade e Educação: cenários presente e futuro

Data: 25 a 29 de junho de 2018

Local: Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (Av. Perimetral, 1901, Terra Firme, Belém-PA).