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Agência de Notícias

Meio natural e ecologia de ambientes amazônicos

Trabalhos da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do MPEG apresentam paisagens, sensoriamento, indicadores de clima, distribuição de espécies e desflorestamento
publicado: 20/03/2014 15h00, última modificação: 28/08/2017 13h24

Agência Museu Goeldi - Na manhã da quarta-feira (19), o V Seminário do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Museu Paraense Emílio Goeldi apresentou seis estudos na sessão Sistemas Naturais e Biodiversidade da Amazônia I. Este grupo é responsável por estudar o meio natural e a ecologia de ambientes amazônicos, bem como sua evolução. Eventos e fenômenos geológicos e geomorfológicos, interações entre solo e vegetação, além de relações entre Terra, Oceano e Atmosfera são temas de estudos desenvolvidos pelos pesquisadores dessa área.

A banca de avaliação dos trabalhos foi formada pela geóloga Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo, Coordenadora de Ciências da Terra e Ecologia (CCTE/MPEG), e pela química Carmem Lara de Oliveira Manes, pesquisadora associada no Instituto Tecnológico Vale (ITV). Neste segundo dia de seminário estiveram presentes bolsistas, pesquisadores, coordenadores e visitantes.

Endemismo da Amazônia, Fósforo na Flona de Caxiuanã e Amphisbaena – Leonam Costa Braz, graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), apresentou o projeto “Avaliação dos centros de endemismo da Amazônia com relação ao desflorestamento de 2012 e análise da evolução 2011-2012”. O trabalho, orientado pelo geógrafo Jorge Luiz Gavina Pereira, procurou avaliar a situação dos centros de endemismo com relação à criação de novas unidades de conservação e a evolução do desflorestamento no período de 2011-2012. O resultado da pesquisa mapeou os oito grandes centros de endemismo – Belém, Xingu, Tapajós, Rondônia, Inambari, Napo, Imeri e Guiana – e apontou as áreas de maior fragilidade: Belém, Xingu, Tapajós e Rondônia, que foram os responsáveis pela evolução do percentual de desflorestamento.

A análise de comportamento geoquímico do fósforo foi o objetivo do trabalho de Nielton de Souza Holanda, mestre em Geologia e Geoquímica pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Orientado pelo geólogo José Francisco Berrêdo, o bolsista verificou o ciclo do fósforo na bacia hidrográfica do rio Curuá e na baía de Caxiuanã, localizados nos municípios de Melgaço e Portel, no Pará. Nielton relacionou quais os elementos de maior concentração nesses dois ambientes e apontou que o rio Curuá se destaca pela concentração de fósforo nas macrófitas, plantas que vivem em ambientes aquáticos. Os sedimentos e a água também apresentam teor de fósforo. Já no rio Caxiuanã, apesar do baixo teor de fósforo nas águas, há maior concentração desse elemento. Nielton destaca que há necessidade de mais pesquisas nessa área para determinar se este é um caso isolado ou é uma tendência desse rio.

amphisbaena é uma espécie de cobra cega de difícil coleta e faz parte da família Amphisbaenidae. O trabalho desenvolvido por Jerriane Oliveira Gomes, mestre em Zoologia pelo Museu Goeldi, buscou prever novas áreas de ocorrência e mapear a distribuição da espécie a partir de 19 variáveis bioclimáticas disponíveis no Wordclim – base de dados climáticos globais que fornece  diferentes resoluções de cenários climáticos passados, presentes e futuros. O bolsista orientado pela bióloga Ana Luisa Albernaz identificou a ocorrência da espécie no Pará, Piauí, Tocantins, Maranhão e Amazonas. Porém, destacou que, por conta do baixo número de amostras, é necessário visitar outras coleções para alimentar essas ocorrências já que, elas estão em constate atualização e são pouco conhecidas.

Mais apresentações – Raimundo Junior da Rocha Batista, orientado pela engenheira química Cristine Amarante, estudou os efeitos da sazonalidade sobre a composição química de amostra de sedimentos em manguezais da ilha de Itarana, no Pará. Cleise Cordeiro da Cruz apresentou o trabalho de análise do carbono na região costeira de Quatipuru, no nordeste paraense. A bolsista foi orientada pela geóloga Cristina Socorro Senna. Já Fabrícia Cristian Moura de Souza, orientada por agrônomo Marcelo Cordeiro Thalês, apresentou a elaboração das tipologias das classes de cobertura vegetal e uso da terra na bacia do Rio Oiapoque, no Amapá.

Programação PCI – Nesta quinta feira (20), quando acontece o último dia do Seminário, serão apresentados trabalhos da área de Botânica, Sociobiodiversidade na Amazônia, Tecnologias de Informação e Comunicação e Gestão de Acervos Científicos, além da premiação dos três destaques do Programa. As apresentações iniciam às 8h e o encerramento, às 16h30. Para consultar a programação completa do V Seminário PCI clique aqui.

 

Serviço

O Seminário do Programa de Capacitação Institucional do Museu Paraense Emílio Goeldi acontece até o dia 20 de março de 2014, de 8h às 17h, no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do MPEG (Av. Perimetral, nº 1901).

Texto: Silvia de Souza Leão