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Monte Alegre – pesquisadora colabora no desenvolvimento local

A arqueóloga Edithe Pereira do Goeldi recebe título por suas contribuições para o município paraense.
publicado: 08/05/2015 16h00, última modificação: 22/02/2018 11h58
Exibir carrossel de imagens Trinidad Rubio Arqueóloga Edithe Pereira foi nomeada cidadã de Monte Alegre.

Arqueóloga Edithe Pereira foi nomeada cidadã de Monte Alegre.

Agência Museu Goeldi – A cidade paraense de Monte Alegre, região do Baixo Amazonas, prestou homenagens à Edithe Pereira, arqueóloga do Museu Paraense Emílio Goeldi. A autora dos livros "Arte Rupestre na Amazônia- Pará” e "Arte Rupestre de Monte Alegre", recebeu no último mês o título de “Cidadã Montealegrense”. Especialista em pinturas e gravuras rupestres da Amazônia, a pesquisadora investiga o acervo arqueológico daquele município há mais de 25 anos. Monte Alegre possui um dos mais famosos sítios da América do Sul ,a caverna da Pedra Pintada, devido a sua antiguidade.

Edithe é a responsável pelas informações arqueológicas que serviram de base para a criação do Parque Estadual Monte Alegre (PEMA), Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral com 5.800 ha,onde se localiza a maioria dos sítios com arte rupestre já catalogados naquele município.A pesquisadora esteve em Monte Alegre no último dia 27 de abril para participar de uma audiência pública e para receber a homenagem.

Arqueóloga Edithe Pereira foi nomeada cidadã de Monte Alegre.Socialização dos sítios arqueológicos - No momento, a luta da população de Monte Alegre, e de sua recém-cidadã, Edithe, é pela socialização dos sítios arqueológicos. Essa socialização implica em algumas obras de infraestrutura no PEMA, como a construção de um centro de visitantes e a “musealização” de alguns sítios, de maneira a garantir a segurança das pinturas e dos turistas. Cobrar as autoridades competentes o início dessas obras, uma vez que há projeto e recursos disponíveis para isso, foi a pauta da audiência pública que a pesquisadora participou no dia 27, convocada pela vereadora Lúcia Braga.

“A sociedade montealegrense lotou a camara de vereadores da cidade, demostrando claramente o interesse da população na proteção do patrimônio arqueológico do município”, disse Edithe Pereira. Para ela, o envolvimento popular evidencia o quão importante são as pesquisas e as ações realizadas em Monte Alegre pelo Museu Goeldi e a contribuição da instituição para as políticas públicas da região. 

E foi com esse objetivo que em 2010, Edithe elaborou e coordenou o projeto "A arte rupestre de Monte Alegre - difusão e memória do patrimônio arqueológico”. O projeto, realizado pelo Museu Goeldi em parceria com a Sociedade Brasileira de Arqueologia (SAB), resultou em diversos produtos e ações. Foram duas publicações - o livro homônimo escrito por ela sobre a arte rupestre de Monte Alegre e outro voltado para o público infantil, com ilustrações do aquarelista Mario Baratta e versos do poeta Juraci Siqueira; a exposição "Visões: a arte rupestre em Monte Alegre", apresentada primeiramente em Monte Alegre, no ano de 2012 e depois em Belém, onde está aberta à visitação no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi; o vídeo “Imagens de Gurupatuba”, do cineasta Fernando Segtowick; o treinamento de estudantes de Monte Alegre para trabalhar com temática e monitorar as visitas na exposição; a formação de uma cooperativa de artesãos para produção e venda de artesanato voltado para a divulgação da arte rupestre de Monte Alegre; uma edição especial do jornal Destaque Amazônia; vídeos de bolso com depoimentos e reportagens com os moradores e visitantes de Monte Alegre, além da equipe do projeto; booktraillers e o site “Arqueologia de Monte Alegre”.

A Arte Rupestre de Monte Alegre – O município de Monte Alegre, no Pará, é uma área estratégica para os estudos arqueológicos na Amazônia. Lá estão catalogados, até o momento, 24 sítios arqueológicos - com datações de até 11 mil anos. As pinturas rupestres se destacam pela supremacia da temática antropomórfica, por grandes figuras que podem ser vistas a grande distância, e pela presença de representações gráficas visíveis unicamente com a ajuda de luz artificial.

No livro "Arte Rupestre de Monte Alegre", Edithe Pereira chama atenção para o estado de conservação dos sítios e para a necessidade de preservá-los, apresentando referências de políticas de preservação e gestão do patrimônio rupestre.

“Ter o reconhecimento, por parte da sociedade de Monte Alegre, do trabalho que desenvolvo na região desde 1989, é extremamente importante e gratificante para mim como pesquisadora do Museu Goeldi. A pesquisa que venho desenvolvendo foi (e continua sendo) a base de tudo, mas a ampla divulgação dos resultados através de ações e produtos visando alcançar todos os públicos contribuíram fortemente para que a sociedade de Monte Alegre tivesse a dimensão da importância do patrimônio arqueológico da região.  Entendo ser uma obrigação do pesquisador devolver para a sociedade os resultados da pesquisa. Divulgando a ciência de forma atrativa os jovens são estimulados a trilhar o caminho da ciência e/ou da docência. Fico extremamente feliz em saber que um dos alunos que foi monitor da exposição Visões em Monte Alegre, hoje é aluno do curso de graduação em Arqueologia da Universidade Federal do Oeste do Pará”, afirma Edithe Pereira.

Para saber mais do projeto de Arte Rupestre em Monte Alegre acesse o site. Confira aqui a publicação especial do Destaque Amazônia sobre o projeto. O booktrailer do livro “A arte rupestre em Monte Alegre” pode ser assistido aqui. Assista aqui o booktrailer do livro infantil “Itaí, a carinha pintada”. Todas as publicações do projeto também estão acessíveis em formato e-book.

A exposição itinerante “Visões: Arte rupestre em Monte Alegre” pode ser visitada no prédio da Rocinha no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi até dezembro de 2015.

Texto: Lorena do Couto e João Cunha