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Agência de Notícias

Museu Goeldi e cientistas franceses procuram parcerias

Integração entre áreas científicas e parceria com comunidades amazônicas despertaram o interesse dos 50 pesquisadores e tomadores de decisão franceses reunidos no Museu Goeldi nesta sexta-feira
publicado: 15/04/2016 18h30, última modificação: 20/02/2018 15h26

Agência Museu Goeldi – Conhecer o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e seus projetos de pesquisa e educação foi o objetivo dos 50 cientistas e tomadores de decisão franceses que estiveram no Parque Zoobotânico do MPEG na manhã desta sexta-feira (15). O ciclo nacional de formação “Espaços da Ciência, territórios e sociedades” está acontecendo pela primeira vez no Pará e hoje foi o dia dos participantes conhecerem o Museu Goeldi, a instituição científica mais antiga da Amazônia.

Promovido pelo Instituto de Altos Estudos para Ciência e Tecnologia (IHEST) da França, com apoio da embaixada do país no Brasil, o ciclo de estudos já aconteceu em países como China, Índia, Canadá e Estados Unidos. Antes de Belém, a delegação passou pelas cidades de São Paulo e Campinas, sendo a primeira vez que o evento acontece também na Amazônia.

Experiência – Em sua apresentação, Ana Vilacy Galúcio, coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do Goeldi, destacou que atualmente o Museu desenvolve 118 projetos de pesquisa nas áreas de Ciências da Terra e Ecologia, Botânica, Zoologia e Ciências Humanas.  Falou também sobre alguns dos grandes programas de pesquisa da instituição, que dão suporte a políticas públicas na região. Vilacy ainda destacou as ações educativas que atendem desde o público infantil até a terceira idade.

Os visitantes se interessaram particularmente pela parceria entre as pesquisas do Museu e as populações tradicionais da Amazônia, como indígenas, quilombolas e pequenos agricultores. Nas palavras do diretor do Museu, Nilson Gabas Jr., o que a sociedade demanda atualmente é uma “ciência engajada”, que possa subsidiar políticas públicas, fomentar a inovação e também a transferência de tecnologia com aplicações em áreas como a agricultura.

Parcerias - De acordo com a diretora do IHEST, Marie-Françoise Chevallier-Le Guyader, o Instituto começa a descobrir o Pará agora. O estado foi escolhido estrategicamente para que os participantes da formação pudessem ter uma dimensão mais plural do Brasil e da Amazônia.

Sobre a tradição do Museu Goeldi de integrar diferentes áreas científicas com a comunicação pública da ciência e a inovação tecnológica, Marie-Françoise considera que a experiência do Goeldi é “um grande recurso para os desafios internacionais da biodiversidade, mas também para a educação científica e a elaboração de políticas públicas nessa área”.

Philippe Martineau, conselheiro científico de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França, diz que há interesse em ampliar as parcerias que já existem e que a prioridade do evento desta sexta foi “desenvolver um bom conhecimento do Museu Goeldi pelo lado francês, e do lado francês demonstrar o que é possível realizar em conjunto”. A partir desse contato, os pesquisadores brasileiros e franceses esperam desenvolver uma agenda conjunta, que deve ser discutida no Seminário de Ciência, Tecnologia e Inovação Franco-Paraense, programado para o próximo mês de junho, em Belém.

Além do Museu Goeldi, a delegação da França se reuniu com autoridades municipais e estaduais das áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação e visitou a Universidade Federal do Pará e o Centro Regional do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além de realizar um cruzeiro científico pelo Rio Guamá.

Texto: Uriel Pinho