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Museu Goeldi e Fapespa apresentam resultados de projetos em seminário

A segunda edição do Seminário de Inovação e Geração de Negócios (SIGO) contou com a participação de pesquisadores e gestores de ambas as instituições, e serviu de instrumento de divulgação do conhecimento produzido em projetos do Museu Goeldi com o financiamento da Fapespa
publicado: 22/02/2018 15h00, última modificação: 05/03/2018 12h22

Agencia Museu Goeldi – Nesta quarta-feira (21), o Auditório Alexandre Ferreira, no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, recebeu mais uma edição do Seminário de Inovação e Geração de Negócios (SIGO), iniciativa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) em parceria com o Museu Goeldi. O objetivo do evento foi valorizar ações inovadoras no Pará, divulgando o resultado de projetos desenvolvidos pelo Museu Goeldi com financiamento da Fapespa.

“Em um momento em que fomento e amparo à pesquisa deixou de ser prioridade no país, é fundamental a compreensão pela sociedade do papel da ciência como estratégia de desenvolvimento social. Se não esclarecermos para a sociedade qual o resultado dos financiamentos e apoios às pesquisas, esse trabalho não terá relevância social”, ressaltou o presidente da Fapespa, Dr. Eduardo Costa, durante o pronunciamento que abriu a segunda edição do SIGO.

Em seguida, o diretor do Museu Emílio Goeldi, Dr. Nilson Gabas Jr., fez uma breve apresentação sobre o trabalho realizado pela instituição sesquicentenária na Amazônia. Ele pontuou a contribuição fundamental das agências de fomento para a continuidade das atividades de pesquisa do Museu Goeldi. A dificuldade financeira atual, consequência dos contínuos contingenciamentos orçamentários, foi outro ponto abordado pelo diretor do MPEG.

“A gente vem sofrendo, ao longo dos anos, não apenas contingenciamentos, mas cortes orçamentários mesmo. Ainda bem que temos a sensibilização das agências de fomento para podermos fazer pesquisa. Nossa demanda de pesquisa é muito grande e as parcerias são essenciais para a realização desse trabalho”, afirmou Nilson Gabas Jr. que também destacou o caráter inovador de pesquisas do Museu Goeldi.

Resultados – Neste segundo SIGO, três projetos apoiados pela Fapespa apresentaram seus resultados durante o seminário. Pesquisadora Titular da Coordenação de Botânica do Museu Goeldi, Dra. Maria de Nazaré Bastos explanou sobre o projeto realizado em São Caetano de Odivelas, no nordeste do Pará, com o objetivo de valorar os usos diretos e indiretos do ecossistema manguezal em duas ilhas da região.

“Através de pesquisas multidisciplinares buscamos estimar os custos sociais do uso de recursos naturais e serviços ambientais dos manguezais, resgatar a memória do uso social do manguezal ao longo da história da ocupação nas áreas e identificar a percepção local e a relação da comunidade com a biodiversidade”, explicou Nazaré Bastos, mencionando a atuação conjunta de pesquisadores das ciências humanas, biológicas e econômicas no projeto.

Por sua vez, a coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental, vinculado ao Museu Goeldi, Dra. Maria das Graças Ferraz Bezerra, falou sobre a implantação e consolidação dessa Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), criada com a proposta de difundir conhecimento sobre boas práticas de gestão da inovação e formas de proteção de conhecimento, propriedade intelectual e transferência de tecnologia.

“O núcleo do Museu Goeldi surgiu em 2002, bem antes da Lei de Inovação [regulamentada em 2005]. Quando o país nem tinha uma diretriz, essa instituição já tinha um núcleo de propriedade intelectual - à época, a preocupação era muito mais com a proteção dos conhecimentos tradicionais, do que propriamente com a transferência tecnológica comercial”, rememorou a Graça Ferraz, ressaltando o papel pioneiro do MPEG.

No final das apresentações, Dra. Cristine Bastos do Amarante, coordenadora do Laboratório de Análises Químicas do Museu Goeldi, encerrou com a exposição dos resultados obtidos em estudos farmacológico e tecnológico de substâncias bioativas encontradas em espécies vegetais da Amazônia. A exemplo, Dra. Cristine mencionou a aninga (Montrichardia linifera), planta amazônica cujo potencial na inibição do crescimento dos ovos do Plasmodium falciparum (parasito causador da malária) ela conseguiu comprovar. A equipe do Laboratório também localizou nela substâncias com ação repelente para o combate ao Aedes aegypti.

Uma visita técnica pelo Parque Zoobotânico e uma rodada de negócios, onde os participantes puderam saber mais sobre os projetos apresentados, encerraram a segunda edição do Seminário de Inovação e Geração de Negócios.

Texto: Phillippe Sendas