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Novidades dos pesquisadores mirins do Museu Goeldi

Jogos, cartilhas, manual, guia e ferramentas eletrônicas foram os instrumentos escolhidos para compartilhar o conhecimento de centena de jovens que investigaram assuntos relacionados à flora, fauna e comunidades amazônicas. As inscrições para as turmas de 2015 encerram em 10 de abril
publicado: 07/04/2015 10h00, última modificação: 20/02/2018 10h15

Agência Museu Goeldi – É nesta época do ano que os membros do Clube do Pesquisador Mirim do Museu Paraense Emílio Goeldi apresentam para os visitantes do Goeldi, seus familiares e amigos, os resultados dos projetos desenvolvidos em 2014. Os dez novos produtos são frutos de seis grupos de pesquisa que reuniram 110 crianças e adolescentes. No Clube, estes jovens tiveram a oportunidade de conhecer o universo da pesquisa científica.

Um clube diferente - O Clube do Pesquisador Mirim é uma ação educativa organizada pelo Serviço de Educação e Extensão do Museu Goeldi para promover a iniciação cientifica junto aos alunos do ensino fundamental e médio. Os participantes selecionados, após comprovarem que estão matriculados no sistema formal de ensino, são divididos em vários grupos para investigarem temáticas especificas. Os encontros do Clube acontecem semanalmente e buscam realizar várias atividades para o desenvolvimento das pesquisas. No fim do período, os pesquisadores mirins decidem como vão compartilhar o que aprenderam e produzem jogos, kits, cartilhas e vídeos. O material fica em exposição na Biblioteca Clara Galvão do Museu Goeldi, após ser apresentado para as famílias e os visitantes do Goeldi, posteriormente são utilizados em diversas programações do Serviço de Educação.

Novos materiais educativos – Em 2014, sob orientação de educadores e monitores, os pesquisadores mirins investigaram assuntos relacionados ao funcionamento do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, as descobertas no campo da pesquisa da biodiversidade amazônica, as relações entre arte e ciência no Museu Goeldi, a sustentabilidade cabocla, os mistérios da flora amazônica e o emprego dos recursos digitais no desenvolvimento de materiais educativos.

Os participantes do grupo Clube Digital optaram por desenvolver uma ferramenta que mostra aos visitantes da base física mais popular do Goeldi os cuidados necessários para evitar “Depredações do Parque Zoobotânico do Museu”. O aluno Gabriel Neto explica que “este produto foi desenvolvido para conscientizar os visitantes do Parque Zoobotânico e para contar a história do Museu Goeldi”. Gabriel, que tem 15 anos de idade, é pesquisador mirim há cinco anos. A ferramenta digital ficará disponível para os visitantes em totens espalhados no Parque Zoobotânico do Goeldi. A proposta é utilizar esta ferramenta durante uma campanha educativa a ser realizada pelo Serviço de Educação, sobre a preservação do Parque.

Por sua vez, a equipe da pesquisa “Sustentabilidade Cabocla” desenvolveu o jogo “Passeio em Araci: meus impactos no ambiente” e a cartilha educativa “Colheita Sustentável na Comunidade do Araci”. Araci é uma comunidade rural formada por cerca de 200 famílias e que está localizada no município de Santa Bárbara, na região metropolitana de Belém. Os alunos do Clube visitaram a localidade, interagiram com a comunidade, inventariaram o conhecimento popular e experimentaram o que ali é produzido. “Às vezes, nós não valorizamos o conhecimento das comunidades rurais, mas eles provaram ter um conhecimento muito vasto em sustentabilidade”, esclarece a educadora Hilma Guedes, orientadora do grupo.

O grupo “Arte e Ciência no Museu”, orientado pelo educador Luiz Videira, teve como foco os estudos arqueológicos, especialmente as pinturas rupestres da Amazônia. Os participantes optaram por explicar aos visitantes como se organiza o estudo em um sítio arqueológico por meio do jogo eletrônico “Arte pré-histórica na Amazônia”.

Utilizando o acervo botânico do Parque do Museu Goeldi como campo de estudo, os participantes do grupo “Mistérios da flora amazônica” investigaram algumas das espécies mais curiosas e populares. O Parque Zoobotânico tem cerca de 500 espécies de plantas, entre elas ervas, cipó, arbustos e árvores de grande porte e ocupa uma área de 5,4 hectares. Essas 500 espécies de plantas estão representadas por, aproximadamente, 5 mil indivíduos. Misturando dados científicos e lenda, os participantes criaram um kit educativo e um guia de visitas intitulado “Mistérios da flora do Parque”.

Os animais do Parque Zoobotânico sempre atraem os visitantes, mas existem animais pouco percebidos aos nossos olhares, por isso o grupo “Dia a dia do Parque Zoobotânico” desenvolveu o jogo da memória e uma cartilha educativos “Os invisíveis do Parque Zoobotânico”. Para Diennef Gomes, orientadora do grupo, o resultado “é um material muito importante para o uso didático”.

Em 2014, o Museu Goeldi apresentou para o público um levantamento que relacionava 169 novas espécies da fauna e flora amazônicas descritas por seus pesquisadores e parceiros no período de 2010 a 2013. O grupo “Descobertas Amazônicas” focou este processo e fez um apanhado de várias descobertas de novas espécies. O resultado é apresentado em um Diário e no Kit Educativo “Descobertas Amazônicas”.

Shennia Monteiro, mãe de Vinicios Monteiro, que tem 11 anos e participa pela primeira vez do Clube, acredita no papel dos Pesquisadores Mirins para a conscientização ambiental dos estudantes. “Esse contato com a natureza é que tá faltando para as crianças respeitarem mais a natureza, (...) a preservação dos animais e principalmente da água, que nós precisamos muito”, afirma. Shennia explica que o conhecimento aprendido pelo filho é repassado para os familiares. Segundo ela a participação do Clube do Pesquisador Mirim na família já é uma tradição. “Começou com o primo que convidou Vinicius. Ano que vem já vou colocar o caçula também”.

Novas turmas – Em 2015, foram abertas cinco turmas para estudantes que estejam cursando entre o 4° a 9º ano (que equivalem a 3ª a 8ª séries) do ensino fundamental e o 1º e 2º ano do ensino médio. No momento da inscrição, os candidatos a pesquisadores mirins devem apresentar o boletim escolar do ano anterior para comprovar seu vínculo com o sistema oficial de ensino.As inscrições para 2015 encerram no dia 10 de abril. Leia o edital 2015 do CPM, clique Aqui.

Texto: Lorena do Couto