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Observe, toque e aprenda

Coleção Didática torna o ensino de Ciências atrativo, facilita a compreensão e divulga o acervo do Museu Paraense Emilio Goeldi
publicado: 04/02/2012 16h10, última modificação: 08/08/2017 09h29

Agência Museu Goeldi - Em 1985, os estudantes dos ensinos fundamental e médio da capital paraense tinham acesso muito limitado às coleções científicas do Museu Goeldi. Dinamizar o ensino, favorecendo a melhor compreensão do que se aprende com a leitura dos livros didáticos foi a proposta da hoje Bióloga Filomena Fagury Videira Secco. À época, Filomena era estagiária da então Divisão de Museologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e, com o objetivo de tornar mais atrativo o ensino de Ciências nas escolas, idealizou uma Coleção constituída por itens representativos da região amazônica em áreas da pesquisa científica do Museu: Zoologia, Botânica, Antropologia e Geologia. Surgia assim a Coleção Didática Emília Snethlage, nome que homenageia zoóloga alemã, que, entre outras realizações, ao dirigir o Museu em meados do século XX, tornou-se conhecida por ser a primeira mulher a comandar uma instituição de pesquisa da América do Sul.

O projeto inovador foi ganhando espaço dentro e fora da instituição, passando a ser apresentado nas escolas de Belém e levando amostras da coleção a cada bairro.

O acervo é composto por doações diversas vindas das áreas de pesquisa, bem como plantas coletadas em quintais de áreas urbanas de Belém ou obtidas no mercado do Ver-o-Peso, e animais que morreram no parque Zoobotânico, tais como: onça, peixe-boi, anta, tartaruga, gavião real, preguiça real, entre outros.

A Coleção Didática do Museu visava, a princípio, atender estudantes e professores dos ensinos fundamental e médio. Hoje, além de complementar a pesquisa escolar, atinge a outros segmentos da sociedade, como instituições de ensino superior, o Exército Brasileiro, Batalhão de Policiamento Ambiental, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Centro de Educação Tecnológica do Pará (Cefet/PA), Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero). Essas instituições fazem empréstimos para demonstrações em treinamento para identificação de animais peçonhentos, montagem de exposições, cursos, palestras etc.

Amostras também já foram utilizadas para compor cenários de peças teatrais. A capa do mais recente CD de Gaby Amarantos (“Treme”), que a consagrou nacionalmente, por exemplo, é composta por exemplares da coleção, entre os quais a onça e a cobra sucuri que a cantora solicitou para compor o cenário.

Em 2013 – No final do ano passado e em preparação para 2013, as instalações da Coleção passaram por reforma, o que não impediu de que se continuasse a fazer os atendimentos. O primeiro semestre será dedicado à ampliação, manutenção e reorganização do acervo, sendo que, para o segundo semestre, Filomena Secco organiza Mostra Interativa, evento que levará itens da Coleção Didática às escolas. As escolas interessadas em receber o roteiro da Mostra já podem solicitar a visita em ofício endereçado à Coordenação.

Segundo Filomena, o uso dos itens que compõem a Coleção é uma das muitas maneiras de facilitar o aprendizado do ensino de Ciências através da observação e manuseio de peças em atividades educativas que complementam as atividades do currículo escolar. Ainda de acordo com a Coordenadora, a Coleção permite divulgar o acervo do Museu Goeldi e auxilia no trabalho dos professores, despertando também nos alunos a curiosidade e o interesse pelas Ciências.

Os animais vertebrados são os mais procurados, dentre eles, mamíferos e aves em geral. Abril e outubro são os meses de maior procura. O primeiro em função da Semana dos Povos Indígenas, sendo que geralmente são emprestados artefatos indígenas como arcos, flechas, cocares e colares; e o segundo, pelas Feiras de Ciências, que geralmente acontecem a partir de Outubro.

Em números – Em 2012, a Coleção Didática atendeu 41 escolas, beneficiando mais de 9 mil alunos e contabilizando 55 professores que realizaram os empréstimos.

A Coleção Didática conta com uma equipe de quatro estagiários que ajudam na realização dos trabalhos e também a manutenção do acervo, além de colaborar nas atividades educativas como: cursos, palestras, oficinas, mostras interativas, e empréstimos dos exemplares.

Reconhecimento - Em 1985, a coleção foi agraciada com o Prêmio de Menção Honrosa, no III Encontro Latino-Americano de Educadores Ambientais, no Rio de Janeiro, bem como recebeu destaque em reportagens publicadas na Revista Sala de Aula (outubro de 1989), em vários artigos de jornais e em entrevista para o programa Globo Ciência, em 1991. 
A Coleção foi alvo de estudos. Em 1989, Filomena Secco elaborou Coleção didática do MPEG: uma contribuição ao ensino de Ciências no Pará, monografia apresentada ao curso de Especialização em Ensino de Ciências da Universidade Federal do Pará (UFPA). Outro trabalho sobre o assunto foi publicado na forma de artigo na revista Ciências em Museus e está disponível no Repositório do Museu Goeldi.

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Empréstimos à coleção
Saiba como funciona 
Professores e estudantes que desejarem utilizar de peças da Coleção Didática do Museu Goeldi podem contatar a responsável com até 48 horas de antecedência. Este contato deve ser feito através da entrega de um ofício em nome da Professora Maria Filomena Fagury Videira Secco, no próprio Museu Goeldi. Do documento, deve constar identificação da escola beneficiada, incluindo endereço, telefone, e-mail e identificação do solicitante.

Texto: Júlio Matos