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Partilhando conhecimentos

A Estação Científica Ferreira Penna comemora 20 anos em evento que integra as comunidades do entorno da Floresta Nacional de Caxiuanã
publicado: 09/10/2013 11h30, última modificação: 18/08/2017 11h44

Agência Museu Goeldi, da Floresta Nacional de Caxiuanã – A produção de artesanato de miriti, a importância das práticas esportivas e a saúde nas comunidades da floresta são alguns dos temas das oficinas da V Olimpíada de Ciências na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará. A programação entra na sua reta final, com encerramento nesta quarta-feira, 9 na Estação Científica Ferreira Penna, base de pesquisas do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Caxiuanã, município de Melgaço.

As inúmeras oficinas que aconteceram foram planejadas, mas os “oficineiros”, como são chamados os ministrantes, são preparados para toda e qualquer possibilidade de algo dar errado, como a falta de material, por exemplo. Exercitar, praticar e estimular a criatividade são ao mesmo tempo tarefa e meta das oficinas.

Como “oficineiros”, aqueles que ministram os mini-cursos, são pesquisadores e técnicos do Museu Goeldi e voluntários de instituições como Universidade Federal do Pará e Universidade do Estado do Pará. As oficinas acima de tudo tiveram motivações que vão além do repasse de conteúdo para as mais de 100 crianças que participam da programação nesta quinta edição da Olimpíada de Ciências. O papel social de cada um foi aos poucos sendo mostrado e se insere na realidade das comunidades em que os estudantes vivem.  Cultiva-se a noção de que todos são parte integrante da sociedade.

Pertencimento – Na oficina “Floresta, meu sustento, minha história, minha vida”, a educadora Marta Jardim orientou estudantes sobre a importância da floresta na inter-relação de troca que há entre homem e natureza. Um só existe com o outro, por isso o dever de se fazer o uso da floresta de forma sustentável, para que ela possa sempre contribuir com subsídios à vida das comunidades que dela necessitam.

Marta Jardim conta que nesta oficina buscou-se relacionar as lendas amazônicas ao cotidiano dos estudantes, uma vez que essas lendas quase sempre têm como cenário a floresta. Essa relação contribui para aflorar o sentimento de pertencimento dos estudantes a um contexto que extrapola os limites que estão enraizados em suas culturas. Ser de Caxiuanã é muito mais que ser da floresta, é ser do Pará, do Brasil.

Para Marta Jardim a importância da Olimpíada de Ciências se dá principalmente por destacar o valor do homem frente à floresta, sem contar a aproximação dos estudantes com um ambiente de pesquisa, que só tende a contribuir para o futuro de cada um.

Empreendedorismo - Alcemir Aires, da equipe do Serviço de Educação do Museu Emílio Goeldi, mais uma vez trabalha em uma Olimpíada de Ciências. Alcemir comanda, junto com o estudante Álvaro Albuquerque, a oficina “Brinquedos de miriti”, que valoriza a fibra da palmeira buriti, ou miriti como é conhecida na região, um elemento da cultura local, para estimular a criação de produtores de artesanato entre os participantes.

Texto: Júlio