Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Preservação, Desenvolvimento e História
conteúdo

Agência de Notícias

Preservação, Desenvolvimento e História

Curso de Museologia aborda, de forma didática, o fortalecimento do trabalho de preservação e conhecimento do patrimônio e história institucional.
publicado: 01/11/2013 11h15, última modificação: 18/08/2017 12h02

Agência Museu Goeldi – Toda segunda-feira e quarta-feira, até Dezembro de 2013, o Museu Paraense Emílio Goeldi promove o ciclo de palestras no Curso de Museologia, Educação e Sustentabilidade. Destinado a servidores, bolsistas e estagiários da instituição, o curso promove a valorização da história do Goeldi, com debate, disseminação do conhecimento e desenvolvimento humano. O evento é coordenado por Lúcia Santana e Ana Claudia Silva, com colaboração de Fernanda Conceição e Emily Santos, das Coordenações de Museologia e Educação e Extensão.

Por núcleo temático, técnicos e bolsistas do Museu Goeldi, de diversas áreas foram convidados para construir, de forma didática, o fortalecimento do trabalho dos setores que formam o Museu Goeldi. Museologia e Patrimônio foram assuntos abordados na primeira semana de atividades e tiveram como ministrantes: Lucia Santana, doutoranda em Sociomuseologia e técnica da Coordenação de Museologia do Goeldi; Lourdes Furtado, doutora em Antropologia e pesquisadores das Ciências Humanas do MPEG; Graça Santana, Museóloga e Tecnologista do Setor de Ciências Humanas do Museu Goeldi e Tatiana Carepa, Mestre em Arquitetura e Técnica do Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (PA).

Ciência e Política - Bolsistas também levaram para compartilhar com os novos servidores desta casa sua contribuição e o conhecimento adquirido, através de pesquisas desenvolvidas, no Museu. No curso do dia 30 de outubro, esteve presente Rafaela Paiva Costa, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Pará e bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) pela Coordenação de Informação e Documentação (CID).

Rafaela apresentou seu estudo sobre a produção científica do Museu Paraense Emílio Goeldi no período de 1930-1945, quando da gestão do pernambucano Carlos Estevão de Oliveira e sua contribuição para a instituição. No trabalho, a bolsista fez a cronologia de Carlos Estevão de Oliveira, bacharel em Direito, que veio trabalhar no Museu em 1930. Em uma parceria com o interventor Magalhães Barata, incentivou no parque a desapropriação de terrenos para a construção de lagos e canais para criação de tartarugas e peixes de água doce.

Entre as produções e coleções mais significativas de Carlos Estevão de Oliveira, Rafaela cita os estudos etnográficos dos índios remanescentes em Pernambuco, Alagoas e norte da Bahia, a coleção Etnográfica do Museu do Estado de Pernambuco, o estudo folclórico relacionado a mitologia, lendas e crenças indígenas e especialmente, o estudo da cerâmica amazônica do Marajó, Santarém e Maracá.

Mas a bolsista ressalta também que Carlos Estevão mantinha uma colaboração científica com o pesquisador e etnólogo Curt Nimuendajú, 1922 quando este era Chefe da Divisão de Etnografia e Arqueologia do Museu Goeldi.

Rede de contatos - Para Helder Ângelo, bolsista PCI pela Coordenação de Informação e Documentação (CID), que apresentou o segundo trabalho neste curso de Museologia, sobre Mário Ferreira Simões e a arqueologia goeldiana (1962-1985), a idéia era identificar a rede de contatos deste arqueólogo com outros cientistas e instituições.

O bolsista trabalhou documentos do Arquivo Guilherme de La Penha, do Museu Goeldi, e analisou os relatórios, correspondências, planos de trabalhos, notas sobre eventos, congressos e também os jornais paraenses das décadas de 1960-1970-1980, quando Mário Simões levantava a bandeira da conservação dos patrimônios arqueológicos da Amazônia. Outras fontes documentais que Helder teve acesso sobre Mario Simões também foram encontradas na Biblioteca Pública “Arthur Vianna”, da Fundação Cultural Tancredo Neves, em Belém (PA), além do uso de fontes orais, a partir da realização de entrevistas com pesquisadores e funcionários que atuaram ao lado do arqueólogo e as produções científicas de Mário Simões.

Para o bolsista, Mario Simões, além de adquirir recursos de instituições financeiras para levantar a bandeira da conservação dos patrimônios arqueológicos, também garantia, com isso, status político, recurso para projetos, formando e capacitando recursos humanos. Mário Simões publicou cerca de 30 artigos, coordenou 13 projetos de pesquisas, deixando como legado, métodos e técnicas de pesquisas usadas até hoje pelos pesquisadores para conservação do patrimônio arqueológico da Amazônia.

Dinâmica – Para aproveitar a reunião entre os novos servidores e os servidores que já têm uma história de trabalho na casa, a coordenação do curso organizou uma dinâmica em grupo onde foi apresentada a trajetória profissional daqueles que estavam presentes e seu vínculo com o Museu. A bolsista PCI, Rafaela Paiva Costa, foi quem apresentou a dinâmica e explicou a proposta desse trabalho. “Queremos que seja apontado, o que você tem a produzir de conhecimento dentro do Museu e o que tem o Museu a acrescentar para vocês, nessa dinâmica de produção do conhecimento”, explica Rafaela.

A partir do relato dos participantes, muitos mostraram sua relação com o Museu desde a infância, quando ainda eram visitantes deste Parque Zoobotânico da cidade de Belém. Outros falaram como foi sua entrada nessa instituição, suas experiências profissionais dentro e fora do Museu, seu percurso escolar até a entrada definitiva por concurso público.

Porém, a história do Museu como um espaço de pesquisa, só passou a ser clara e conhecida para esses servidores após o trabalho na instituição. Os relatos durante a dinâmica mostraram que aqueles que antes tinham a idéia que o Museu era só esse muro do Parque, passou a conhecer e entender que ainda existe muito além do passeio. A pesquisa em outros ambientes, como a Estação Científica de Caxiuanã e o próprio Campus de Pesquisa passaram a ser conhecidos após a aprovação no concurso.

Curso de Museologia – Voltado para ampliar as discussões em torno da preservação do Patrimônio e Desenvolvimento Humanos dos novos servidores, o curso segue com a programação temática até dezembro de 2013. Na próxima semana, dia 4 de novembro, acontece no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, o núcleo temático Comunicação em Museu e atendimento, ministrado por Ana Claudia Silva, da Coordenação de Museologia; Ana Cristina, bolsista PCI lotada na Coordenação de Museologia e Emily Santos, estudante de Museologia, bolsista de Iniciação Científica pela Coordenação de Museologia. No dia 6 de novembro, Socorro Andrade, que atua na Estação Científica Ferreira Penna, em Caxiuanã, junto com Ana Cláudia Silva, debatem sobre Educação em Museus.

Serviço

Curso de Museologia, Educação e Sustentabilidade é destinado aos servidores, bolsistas e estagiários da instituição e promove a valorização da história do Museu Paraense Emílio Goeldi, com debates, disseminação do conhecimento e desenvolvimento humano. Com núcleos temáticos, as reuniões acontecem toda segunda-feira e quarta-feira, até o mês de Dezembro de 2013, no horário de 8h às 12h, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.

Texto: Silvia de Souza Leão

Galeria de Imagens: