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Agência de Notícias

Reflorestamento de áreas impactadas

O engenheiro florestal Rafael Salomão apresenta um método de restauração florestal de precisão utilizado na Floresta Nacional (Flona) de Saracá Taquera, em Trombetas.
publicado: 14/03/2016 09h45, última modificação: 20/02/2018 11h12

Agência Museu Goeldi – O “Workshop de Restauração Florestal, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade na Amazônia”, que acontece essa semana em Paragominas, vai tratar de um assunto urgente para a Amazônia, mas ainda pouco conhecido pela maioria das pessoas: a restauração florestal. Um bom caminho para começar a entender esse tema é o livro “Restauração florestal de precisão: dinâmica e espécies estruturantes” do engenheiro florestal e pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Rafael Salomão.  

Porque reflorestar - A região de Trombetas, no oeste paraense, é um dos epicentros da exploração de bauxita no mundo. Matéria-prima do alumínio, esse minério é retirado em toneladas todos os anos, atividade responsável pela alteração nos platôs da Floresta Nacional (Flona) de Saracá Taquera (PA), onde se encontra a maior parte das reservas. A extração rompe a superfície do solo e derruba a vegetação nativa, sem contar as perturbações ao ecossistema causadas pela alteração do curso das águas, a poeira e o barulho resultante da mineração e do transporte do produto.

O livro “Restauração florestal de precisão: dinâmica e espécies estruturantes”, lançado em 2015 pela editora Novas Edições Acadêmicas (NEA), orienta como fazer o reflorestamento adequado das áreas impactadas por atividades de mineração, especialmente. Como explica o autor no prefácio da publicação, é preciso selecionar, entre milhares, as espécies típicas que vão compor a floresta restaurada, chamadas “espécies estruturantes”.

Como reflorestar - O replantio deve ser feito com um dimensionamento da densidade e do espaço entre os espécimes. Todos esses cuidados requerem um planejamento rigoroso do reflorestamento para garantir “o retorno das funções, processos, estrutura e diversidade da vegetação florestal” nestas áreas. E principalmente, alcançar, com menor tempo e custo, a volta da resiliência, ou seja, a capacidade da floresta de resistir as alterações e seguir uma trajetória em que o acúmulo de recursos orgânicos para sua sobrevivência e o aumento da diversidade de espécies vegetais sejam sustentáveis.

A obra é resultado do doutoramento de Rafael Salomão, que apresenta os caminhos para uma “restauração de precisão” tendo como base o processo de reflorestamento empregado na Flona de Saracá Taquera, em Trombetas. Salomão fez parte da equipe do Museu Goeldi que acompanhou o reflorestamento heterogêneo de áreas mineradas de bauxita, entre 1996 e 2009. O botânico avaliou o crescimento e a mortalidade das espécies replantadas, o uso da terra preta na superfície do solo, entre outros índices de qualidade ambiental. A combinação dessas técnicas resultou no “melhor e, também, o único método comprovado que produz os efeitos desejados para o sucesso da restauração das áreas mineradas na Amazônia”, concluiu o grupo de trabalho.

Restaurar uma floresta degradada por atividades exploratórias é uma exigência legal, não só para a mineração, mas também para outros setores econômicos que impactam o meio ambiente, caso da pecuária e da agricultura. O pesquisador explica que a experiência relatada e documentada no livro, por se tratar de um caso de alto impacto ambiental, é um parâmetro para especialistas, técnicos e empresários desses ramos pensarem e procederem ao reflorestamento. É uma literatura indicada também para estudantes de biologia e áreas afins e para as pessoas que trabalham na formulação de políticas públicas ambientais. “É uma obra com um grande espectro de utilidade, por tratar de várias questões pertinentes a restauração de ecossistemas degradados”, explica Salomão.

O autor - Rafael Salomão é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi há mais de 30 anos e doutor em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). No Museu Goeldi desenvolve estudos e projetos especializados na dinâmica e estrutura de florestas tropicais e restauração florestal de áreas mineradas.

O livro de sua autoria foi publicado pela editora Novas Edições Acadêmicas (NEA), marca do grupo alemão Omni Scriptum. A obra é distribuída e vendida por demanda. Então, para conseguir um exemplar de “Restauração florestal de precisão: dinâmica e espécies estruturantes”, deve-se fazer o pedido no site da NEA. O preço varia de acordo com a quantidade da demanda e o frete do transporte.

Salomão será organizador e um dos palestrantes da 1ª sessão temática do “Workshop de Restauração Florestal, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade na Amazônia”, promovido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Embrapa Amazônia Oriental, a Hydro e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA/Campus Paragominas)Museu Goeldi (MPEG), Embrapa Amazônia Oriental, a empresa Hydro e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA/Campus Paragominas). Confira a programação completa  do workshop aqui.

 

Serviço 

Livro - Restauração florestal de precisão: dinâmica e espécies estruturantes

Autor: Rafael de Paiva Salomão (MPEG)

Editora: Novas Edições Acadêmicas

Páginas: 405

Preço: Variável (consultar site da editora)

 

Workshop de Restauração Florestal, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade na Amazônia. De 14 a 16 de março em Paragominas (PA), no Campus da UFRA em Paragominas. Serviço – Workshop de Restauração Florestal, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade na Amazônia. De 14 a 16 de março em Paragominas (PA), no Campus da UFRA em Paragominas.

 

Texto: João Cunha