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Agência de Notícias

Relação entre o Museu Goeldi e a sociedade e os níveis de desconforto sonoros nos parques de Belém

Os temas foram abordados em Seminário por jovens estudantes de graduação
publicado: 26/01/2013 13h45, última modificação: 14/08/2017 10h25

Agência Museu Goeldi – Na última segunda-feira (24) teve inicio as atividades do XXI Seminário de Iniciação Científica - PIBIC do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), com o tema Desafios para o estudo, sustentabilidade e conservação da Amazônia. O evento teve como sessão de abertura a palestra “O Conhecimento da fauna amazônica – passado, presente e perspectivas futuras, com referência à história do Grão-Pará e das expedições do século XV ao XIX” ministrada pelo Dr. Nelson Papavero. As apresentações do primeiro dia do Seminário, coordenadas pela Dra. Jimena Felipe Beltrão, jornalista do Serviço de Comunicação Social do MPEG, apresentaram resultados de pesquisas desenvolvidas no âmbito da Coordenação de Comunicação e Extensão (CCE).

Museu e a comunidade - A bolsista Camila Alves Quadros, aluna do curso de pedagogia, orientada pelo Dr. Nelson Sanjad, da Coordenação de Comunicação e Extensão do MPEG, apresentou a pesquisa O Museu Goeldi como agente indutor do direito educacional em espaços formais e não formais de ensino no bairro da terra firme, Belém (PA). Camila analisou as ações e representações sociais do projeto “O Museu Goeldi leva educação em ciência à comunidade”, em execução desde 1985, no bairro da Terra Firme, um dos bairros mais pobres e violentos da cidade.

Além de avaliar e descrever as ações do projeto, a pesquisa buscou comparar as ações educativas de vários museus na cidade de Belém e de outras cidades brasileiras. Para avaliar as ações do projeto desenvolvido no bairro da Terra Firme, a bolsista aplicou 20 questionários entre os moradores do bairro, líderes comunitários e educadores para verificar as repercussões e os impactos que o projeto gerou no local em quase 30 anos. Segundo a bolsista os questionários mostraram que há uma satisfação da comunidade em receber as ações promovidas pelo Museu Goeldi, contudo a mesma pede uma participação mais efetiva da instituição no bairro.

Ilha do Combu – A pesquisa orientada por Helena Alves Quadros, do Serviço de Educação e Extensão Cultural da CCE intitulada Educação Ambiental na Apa ilha do Combu: Uma análise qualitativa por meio do projeto o jardim botânico vai à escola, desenvolvida pelo bolsista Glauco de Araújo Bezerra, do curso de geografia, buscou aplicar na ilha do Combu ações educativas do projeto O Jardim Botânico Vai à Escola, elaborado em 2004, pela Comissão de Educação Ambiental (CEA) da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB).
Glauco explicou que a ilha do Combu faz parte das áreas protegidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), na categoria de Área de Proteção Ambiental (APA). E, para o bolsista, a dinamização do projeto desenvolvido pela RBJB, a qual o Museu Goeldi faz parte, na ilha do Combu pode ser considerado uma resposta às necessidades socioambientais vivenciadas pela comunidade.

Apesar de não ter concluído todas as etapas da pesquisa, por causa de problemas com a mudança na coordenação política da APA, o bolsista levou alunos da Unidade Pedagógica Combu ao Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, onde realizaram atividade pedagógica de educação, visitou a ilha, realizou atividades de educação ambiental e fez entrevistas qualitativas com professores da Unidade Pedagógica Combu, para saber o que os mesmos desejam obter com a parceria entre a educação de base oferecida pelas escolas e a contribuição que o projeto O Jardim Botânico Vai à Escola poderá dar.

Poluição Sonora – O desconforto sonoro ocasionado pela grande quantidade de barulho e movimentação na cidade de Belém e a sua relação com os parques ambientais da cidade foram temas de duas pesquisas de Iniciação Científica apresentadas no último dia 24, ambas orientadas pelo Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano e tecnologista do MPEG, Antonio Carlos Lobo Soares.

O graduando em Arquitetura e Urbanismo, Felipe Melo da Costa desenvolveu a pesquisa  Análise quantitativa e qualitativa das condições acústicas dos ambientes expositivos e educativos do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi onde observou  cinco edificações do Parque Zoobotânico (PZB) do Museu Goeldi: pavilhão “Domingues Soares Ferreira Penna” ou prédio da Rocinha; auditório “Alexandre Rodrigues Ferreira”; biblioteca “Clara Maria Galvão”; e as portarias principal e de serviço.

O bolsista realizou a contagem de veículos por categoria – leve ou pesado – nas Avenidas Magalhães Barata, Alcindo Cacela e Travessa Nove de Janeiro; onde mediu os níveis de pressão sonora e calculou os tempos de reverberação - persistência de um som depois de ter sido extinta sua emissão por uma fonte e que ocorre como resultado de reflexões nas paredes de um recinto total ou parcialmente fechado -  de cada um dos ambientes, durante a semana e aos domingos.

Como resultado, Felipe constatou que a Avenida Magalhães Barata revelou-se a mais movimentada e ruidosa, seguida da Av. Alcindo Cacela e Travessa. Nove de Janeiro. As medições sonoras ficaram acima do tolerado para ambientes como as portarias, e para auditórios e bibliotecas. Para o bolsista “o resultado desta pesquisa aponta para a necessidade do tratamento acústico dos prédios investigados, melhorando as condições de conforto de funcionários e visitantes”.

Já o trabalho desenvolvido por Thamys da Conceição Costa Coelho realizou uma análise comparativa entre a qualidade sonora entre os parques públicos: Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves (BRA); as praças da República (PRE) e Batista Campos (PBC); e o Parque Zoobotânico (PZB) do Museu Goeldi, utilizando como critérios de escolha a importância histórica, social, cultural e ambiental dos quatro ambientes.

Segundo a graduanda em Arquitetura e Urbanismo, a paisagem sonora nestes locais é muito rica, composta por fontes internas (pessoas, sons de animais, fontes d’água etc.) e externas (tráfego de veículos, construções próximas, publicidade sonora etc.). A pesquisa intitulada Análise do nível de ruído e qualidade ambiental da paisagem sonora de quatro parques públicos em Belém constatou que nos parques de acesso livre (PRE e PBC), os níveis de pressão sonora equivalente revelaram-se inadequados aos parâmetros de conforto recomendados para estes espaços.

Já os parques de acesso controlado (PZB e BRA) apresentaram melhor desempenho devido as suas dimensões. Porém, os resultados de pressão sonora equivalente mostraram-se tão elevados quanto naqueles parques cujo acesso é livre. Thamys observou ainda que os visitantes identificam estes espaços de lazer como refúgios naturais e ignoram a presença dos elementos da urbanização que os cercam.

Serviço

A apresentação dos trabalhos da XXI edição do Seminário PIBIC segue até sexta-feira, dia 28, no auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, localizado na Av. Perimetral, 1901.

 


Texto: Lucila Vilar