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Tempo de prevenir

Museu Goeldi faz trabalho contínuo de manutenção de árvores que, em tempos de chuva, ficam mais vulneráveis e podem representar risco
publicado: 22/02/2013 11h30, última modificação: 13/08/2017 07h26

Agência Museu Goeldi – Faça chuva ou sol, o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) cuida de seu acervo natural e a equipe do Jardim Botânico se dedica à contínua avaliação do estado das árvores.

Esse trabalho se traduz em medidas de ordem preventiva e na próxima semana um exemplar de Pitomba-das-Guianas  Melicocca bijuga (Jacq.) L. de 12 metros de altura que apresenta risco de queda será retirado.

Segundo o engenheiro agrônomo, Amir Lima, responsável pelo trabalho, as ações de prevenção constituem rotina e não eliminam eventuais quedas como a ocorrida na madrugada do último dia 19. Um Cutite-grande  - Pouteria macrocarpa (Mart.) D. Dietr. de cerca de 15 metros tombou por sobre o muro do Museu Goeldi localizado à Avenida Gentil Bittencourt.

Condições adversas - “Não chovia ou ventava, mas o solo encharcado promoveu a queda”, explica Amir que também é mestre em Agronomia. “Chuvas contínuas como as que observamos na estação molham o solo e criam as condições para esse tipo de acidente”, acrescenta. Pelo horário não houve dano maior. A rede elétrica foi afetada, mas nenhuma vida foi ameaçada ou patrimônio material de outra natureza. Essa é uma preocupação já que em toda a extensão do muro do Museu há estacionamento de carros diuturnamente.

Localizado no 4º quadrante do Jardim Botânico, o cutite-grande tombado tinha cerca de 30 anos e havia sido alvo de poda no passado para nivelamento com o dossel (altura das árvores) daquela área.  Amir explica que o terreno deste canteiro já havia sido ocupado com recintos e outros usos o que faz com que o solo não seja o mais adequado para vegetação deste porte. “Com solo muito molhado, as raízes ficam vulneráveis”, reitera o especialista.

Manutenção contínua – A exemplo do que aconteceu com o Guajará (Chrysophyllum excelsumHuber) do Jardim Botânico do Museu Goeldi, no início de novembro de 2012, quando foi feito uma avaliação de sua estrutura pelo especialista Dr. Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo, agora o Museu também se prepara para diminuir o risco de queda das arvores pertencentes ao Jardim Botânico.

O Museu está contratando os serviços de uma análise-diagnóstico de todo o acervo florístico que permitirá a expedição de laudos com recomendações de medidas de prevenção ou corte a exemplo do que ocorreu no ano passado quando, por medida de segurança dos visitantes e do patrimônio arquitetônico, o Guajará teve a área em seu entorno isolada e passará por estaiamento (aplicação de estruturas metálicas de apoio à copa da árvore).

Para o engenheiro agrônomo e pesquisador do Museu Goeldi, José Amir Lima, esse trabalho definirá a necessidade de poda, de cuidados, avaliação esta feita todos os anos, de maneira sempre rigorosa. Ainda esta semana e parte dos trabalhos de rotina, Amir Lima e a equipe do Jardim Botânico vai retirar uma árvore de pitomba com altura aproximada de 12 metros.

Muitas parcerias são necessárias na manutenção do Acervo Florístico do Jardim Botânico do Museu Goeldi. Dentre elas a da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).

Texto: Jimena Felipe Beltrão