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Agência de Notícias

Terceira idade encena a lenda do Boto no Goeldi

O grupo “Miriti” de teatro da melhor idade interpreta “Foi Boto, Sinhá?” no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi em ação de valorização do idoso
publicado: 30/10/2014 15h45, última modificação: 27/11/2017 15h46

Agência Museu Goeldi - A Lenda do Boto, uma das mais comuns do imaginário amazônida, inspirou o enredo de umas das peças do grupo de teatro “Miriti”, formado por idosos participantes do Projeto Potencialização e Valorização do Idoso, do Museu Paraense Emílio Goeldi. “Foi boto, Sinhá?” será apresentada no Parque Zoobotânico do MPEG na próxima sexta-feira, 31, às 10h, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira. O evento é aberto ao público.

A encenação narra de forma divertida o encantamento de uma adolescente pelo boto cor-de-rosa em uma noite de lua cheia durante as comemorações do Dia de São João. As cenas se passam em um município do Baixo Amazonas e tem como clímax a chegada de um cientista que dança com as moças.

A peça, dirigida por Izabel Fagury Videira, é uma das ações do Projeto Potencialização e Valorização do Idoso, que há nove anos realiza atividades lúdicas e educativas que proporcionam troca de conhecimento, saúde e bem-estar a pessoas da terceira idade. O grupo fará uma apresentação especial aos colaboradores e funcionários do Museu Goeldi, no dia 3 de novembro, quando a instituição homenageia seus servidores.

Teatro – Ao longo do desenvolvimento do projeto, uma das atividades que mais se destacaram foi o teatro. O grupo “Miriti”, criado por Izabel Fagury Videira, é formado por 35 idosos que apresentam suas montagens em escolas, universidades e hospitais. As apresentações geralmente trazem temas relacionados à questão social do idoso e a diversidade biológica e sociocultural da Amazônia. Entre as peças mais famosas estão “Quem fica com a mamãe?”; “A começar pelo idoso”; “A lenda da Matinta Perera”; “A assembleia dos animais”, e “O Natal do cotidiano”.

Ainda de acordo com Izabel Videira, o teatro é utilizado como um recurso terapêutico para estimular a memória, a criatividade e a coordenação motora fina e grossa, bem como para valorizar a cultura amazônica.

Para Filomena Secco, a atividade teatral resgata a felicidade dos idosos. “Algumas pessoas chegam tristes e deprimidas e não acreditam que podem fazer teatro, mas ao longo do tempo se identificam e ficam felizes em participar. Para nós, é gratificante ver a mudança, a evolução no aprendizado, no bem-estar, na satisfação e na alegria dos idosos. É uma atividade simples, mas que mostra resultados na vida de cada um”, diz.

Projeto - Coordenado por Filomena Secco (bióloga e organizadora da coleção didática do Museu Goeldi há mais de 20 anos) e por Izabel Fagury Videira (fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, especialista em Gerontologia Social da Fundação Papa João XXIII) o projeto estimula a autoestima e a valorização do idoso por meio peças teatrais, oficinas, cursos, palestras, seções de vídeos, dinamização de cartilhas e jogos educativos, visitas técnicas, mostras interativas e outras atividades terapêuticas. Segundo Izabel Fagury, para participar do projeto basta querer.

As dinâmicas propostas pelo projeto favorecem a troca de experiências e conhecimentos tradicionais e científicos, como é o caso da oficina “As essências da Amazônia e suas utilizações”.

“Nesta oficina, além de aprender a produzir sabonetes artesanais, utilizando algumas essências, o idoso também recebe informações científicas sobre essas plantas aromáticas, a exemplo do patchouli, catinga de mulata, pau-rosa, cumaru, priprioca, muru-muru, macacaporanga dentre outras. Este é um diferencial do projeto”, ressalta Filomena.

Serviço

Apresentação da peça “Foi Boto, Sinhá?”

Data: 31 de Outubro

Hora: 10h

Local: Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi (Av. Magalhães Barata, 376, São Braz)

Texto: Mayara Maciel