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Agência de Notícias

Um mergulho nas características das Plantas Daninhas da Amazônia

Resultado da parceria entre o Museu Goeldi e a Embrapa, livro traz informações preciosas sobre a biologia, anatomia e os processos adaptativos destes vegetais em diferentes ambientes. Indo além dos danos que provocam à produção rural, os pesquisadores também abordam na publicação as atividades alelopáticas, medicinais e fitorremediadoras das daninhas.
publicado: 01/06/2017 16h15, última modificação: 05/02/2018 16h40
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Plantas daninhas da amazônia

Agência Museu Goeldi - Elas não são amadas. Quando ocorrem em larga escala, infestam os cultivos, provocando perdas na produção e o abandono de áreas. A falta de conhecimento científico sobre as características das daninhas impulsiona seu impacto negativo na área rural. Mas o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Embrapa Amazônia Oriental apresentam ao mercado editorial um trabalho inédito sobre o bem e o mal dessas plantas. O livro “Plantas Daninhas na Amazônia” foi lançado ontem (31/05), no estande do Museu Goeldi na XXI Feira Pan-amazônica do Livro.

Plantas Daninhas da AmazôniaDaninhas - Esses vegetais são um dos principais fatores biológicos a afetar o desempenho das atividades agrícola, pecuárias e madeireiras, “acarretando perdas diretas na produção a ordem de 13%. Nas regiões tropicais, esses prejuízos são ainda maiores”, como pontua Nilson Gabas Jr., diretor do Museu Goeldi, na apresentação do livro.

Adriano Venturieri, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, destaca ainda o fato que as daninhas ainda são pouco conhecidas, especialmente na Amazônia. O desconhecimento dificulta o planejamento de estratégias de manejo e controle. São vegetais que tem como principais características sua grande diversidade e o aparecimento espontâneo em locais não desejados. Seu desenvolvimento agressivo muitas vezes compromete os vegetais de grande interesse econômico. “As plantas daninhas sempre estiveram associadas ao abandono de áreas cultivadas em face do alto nível de infestação e ao avanço da atividade agrícola em áreas de floresta primária”, explica Venturieri.

O livro “Plantas Daninhas na Amazônia” traz abordagem inédita sobre a ocorrência dessas em áreas inundáveis e de terra firme na região, reunindo informações como classificação botânica, morfologia, anatomia e outras características importantes de 75 espécies de plantas daninhas.

Potencialidades – Além do conhecimento fundamental para melhor combater a infestação das plantas daninhas em áreas cultivadas, os pesquisadores levantaram outras características que possibilitam manejar esses vegetais em benefício da produção rural e da saúde humana, como propriedades medicinais e fitorremediadoras – que dizem respeito à capacidade de alguns vegetais de atuar na purificação de ambientes contaminados por químicos e metais pesados.

Também reuniram informações sobre possíveis atividades alelopáticas – que dizem respeito à capacidade de algumas plantas produzirem substâncias químicas que são liberadas no ambiente e influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento e o de outros vegetais.

Embora na obra não haja informações assinaladas nos dois parágrafos anteriores para todas as espécies presentes no livro, os leitores poderão ter contato com as potencialidades de plantas como a Maria-fecha-a-porta (Mimosa pudica L.), conhecida por ter folhagem sensitiva que se “fecha” ao ser movida ou tocada. A planta apresenta toxidade para o gado e se torna uma praga para cultivos, mas apresenta também propriedades medicinais: é desobstruente, emoliente, laxativo, útil no tratamento da icterícia, úlceras, antibiótico, antiespasmódica, diurética, sedativa, dentre outras.

“Plantas Daninhas na Amazônia” apresenta ainda um índice do nome científico das 75 espécies registradas na publicação e de quase 200 nomes populares atribuídos a elas. No livro, cada planta abordada conta com fotos de sua presença em campo e também de suas estruturas, como flores e raízes.

São autores da publicação Mônica Falcão-da-Silva (MPEG), Antônio Pedro da Silva Souza Filho (Embrapa Amazônia Oriental), Ely Simone Cajueiro Gurgel (MPEG), Maria de Nazaré do Carmo Bastos (MPEG) e João Ubiratan Moreira dos Santos (Universidade Federal Rural da Amazônia e MPEG).

Texto: Uriel Pinho