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Agência de Notícias

Um novo ambiente para os livros do Museu Goeldi

Biblioteca reabre com novos livros, 520 estantes duplex, além de climatização e iluminação própria para melhor acondicionamento do acervo.
publicado: 16/04/2013 13h25, última modificação: 13/08/2017 09h46

Agência Museu Goeldi – Cento e quarenta anos de uma idéia que só fez crescer e se consolidar como centro de documentação sobre a Amazônia. Essa é a contribuição da Biblioteca “Domingos Soares Ferreira Penna”, que, de forma justa, é homenageado em sua visão de dar ao, hoje, Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), um ambiente essencial de pesquisa sobre a vida amazônica de ontem e de da atualidade.

Desde a Sociedade Philomática, que deu origem ao Museu Goeldi até hoje, o acervo da Biblioteca só cresceu em tamanho e em importância. Para marcar e fortalecer esse centro de informações e documentos da Amazônia foi que, nesta segunda, dia 15 de abril de 2013, ocorreu a reabertura da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, mais antiga da região e a única especializada em assuntos amazônicos, localizada no Campus de Pesquisa do Museu

Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
 “Reabrir a biblioteca é maravilhoso. Não tem outra palavra para descrever isso”, disse Ana Vilacy Galúcio, doutora em Lingüística e Coordenadora de Ciências Humanas (CCH), na cerimônia de reabertura. Segundo ela, no caso específico da Lingüística, “nós temos uma biblioteca fantástica com relação a obras antigas. Há dez anos, eu estava tentando identificar uma língua, que foi falada em Rondônia, e que foi dada como extinta na década de 80. E foi na Biblioteca do Museu que consegui documentos que me ajudaram a fazer o laudo técnico e confirmar a língua pesquisada como uma língua do tronco Tupi”, conta reconhecida. 

Reforma estrutural - Fechada nos últimos dois anos e oito meses e sem prestar atendimento presencial, a Biblioteca do Museu Goeldi, em Belém, foi reaberta ontem, no Campus de Pesquisa da instituição. Para Nilson Gabas Jr., Diretor do Museu Goeldi, já era tempo dessa reabertura: “Nem tudo está finalizado. Foram quase três anos de trabalho intenso e o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), com recursos do Tesouro e da Agência Brasileira de Inovação (Finep), à qual eu quero agradecer, pela aprovação e pelo apoio a essa reforma. 

De acordo a coordenadora de Informação e Documentação (CID), Aldeídes Camarinha, responsável pela Biblioteca, a reforma entregue ontem corresponde a uma primeira etapa. “Nós temos dois pavilhões e considerando que o prédio que abriga as coleções bibliográficas tem mais de 30 anos de construído, fez-se necessária uma reforma na cobertura e uma revisão da rede elétrica, primando pela segurança, conservação e a preservação do patrimônio público científico e cultural”.

Foram vários os contratempos que não permitiram a reabertura de maneira mais rápida. “Mas devemos lembrar que a empresa vencedora da licitação foi incansável na reforma, que a equipe da CID foi fundamental para tentarmos seguir o que constava no organograma e a equipe do Núcleo de Engenharia e Arquitetura (NEA), trabalhou incessantemente, sem medir esforços, como fiscais da obra”, reconheceu Gabas Jr..

“Graças aos recursos concedidos, é que foi entregue essa primeira parte da biblioteca”, reiterou Gabas Jr.. O Diretor destacou ainda o papel da reabertura da Biblioteca que promove “reintegração dos próprios servidores e pesquisadores a esse ambiente de pesquisa que é o acervo do Museu”. A cerimônia de reabertura foi prestigiada pela Diretoria do Museu Goeldi, pesquisadores de diversas áreas, bolsistas e técnicos desta instituição, além de representantes de outras instituições.

Biblioteca fundamental - “Muitos serviços foram executados ao longo desse período de reforma. Nós inclusive movimentamos os pesquisadores e criamos o Pesquisador do Bimestre e o Pesquisador amigo da Biblioteca”. Nessa primeira votação, o Pesquisador Amigo da Biblioteca vencedor foi o pesquisador da Coordenação de Botânica, Dr. Ricardo Secco. 

Para o pesquisador Ricardo Secco, “O pesquisador de verdade é aquele que vai até o livro. Esse é o verdadeiro pesquisador, aquele que valoriza a biblioteca. A Botânica foi a primeira seção que contribuiu com o acervo da Biblioteca dando origem ao Herbário. Eu sempre priorizei em disponibilizar o acervo aos meus alunos e por isso me sinto honrado em receber esse título de Pesquisador Amigo da Biblioteca”.

A Biblioteca também escolheu o pesquisador do bimestre, eleito após a reforma da biblioteca. O homenageado é Francisco Berredo, da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Museu Goeldi. Berredo, escolhido através de votação, deve levar alunos para a biblioteca e utilizar aquele espaço para fazer um breve evento sobre seus estudos e pesquisas.

Coleção de valor - O acervo da Biblioteca “Domingos Soares Ferreira Penna” tem obras raras e atuais de diversas áreas de pesquisa como a Antropologia, Arqueologia, Botânica, Ciências da Terra, Ecologia, Lingüística, Zoologia e em assuntos amazônicos. Os documentos foram adquiridos ao longo dos anos, através de compra, doação e permuta. São livros, periódicos, folhetos, separatas, mapas, CD’s, fotografias, filmes, fitas e microfilmes.

Um acervo valioso e de grande importância para a Amazônia. Entre as diversas mudanças ocorridas ao longo dessa temporada de reforma estão a construção de uma laje sob o ambiente do acervo, assim como foram substituídas toda a climatização e a iluminação. O prédio ganhou um novo piso e as mais de 520 estantes duplex foram restauradas para melhor acondicionamento do acervo. Muito novos livros também foram adquiridos e já estão disponíveis para consulta.

Texto: Silvia de Souza Leão
Edição: Jimena Felipe Beltrão