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Agência de Notícias

Uma política para as árvores de Belém

Museu participa da elaboração de Manual de Arborização de Belém
publicado: 15/04/2014 14h15, última modificação: 28/08/2017 14h10

Agência Museu Goeldi – A experiência de manejo e conservação de plantas amazônicas ex situ do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) foi documentada no Manual de Orientação Técnica da Arborização Urbana de Belém, resultado de um trabalho colaborativo com diversas instituições, sob a coordenação da Secretária de Meio Ambiente (SEMMA) do município de Belém. O Manual é um guia para planejamento, implantação e manutenção das árvores em espaços públicos. O agrônomo Amir Lima representou o Museu Goeldi neste projeto.

O livro está disponível ao público no site da Prefeitura e foi o pontapé para o projeto “Belém mais arborizada: rumo aos 400 anos”, lançado em março na Prefeitura da capital em comemoração ao Dia Internacional da Floresta.

Disciplinar e organizar o plantio – Essas são as duas diretrizes do Manual de Arborização de Belém, que estabelece orientações técnicas quanto ao planejamento urbano e direcionamentos para implantação e manutenção da arborização urbana do Município de Belém.

O Manual de Orientação Técnica da Arborização Urbana de Belém foi feito por 16 pessoas que plantaram seus conhecimentos para nascer um trabalho que beneficia a cidade inteira. Organizado por Luiz Paulo Monteiro Porto (SEMMA) e Heliana Maria Silva Brasil (UFRA), o guia conta com 12 autores, dentre representantes da SEMMA, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Secretaria Municial de Urbanismo (SEURB), Secretaria de Estado de Agricultura (SAGRI),Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão (SEGEP), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Centrais elétricas do Pará (CELPA) e MPEG, além de quatro colaboradores da SEGEP, do Ministério Público do Estado do Pará (MPE), da Associação Comercial do Pará (ACP) e UFRA.

José Amir Lima de Sousa, agrônomo pela Universidade Federal Rural da Amazônia e mestre em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia, com experiência em ênfase na Biologia Vegetal, foi o representante do Museu Goeldi na equipe do Manual.

Segundo Amir, “o Manual disciplina toda e qualquer ação referente à arborização urbana em passeios públicos, canteiros centrais, parques lineares, praças,vias de pedestres e estacionamentos (públicos e privados)”.

Além de disponibilizar online a publicação a todos os interessados, o grupo de autores do Manual se propõe a produzir uma cartilha que torne mais acessível e atraente o conteúdo que está no documento. Eles pretendem espalhar em larga escala o material didático, pois, como Amir ressalta, às vezes o cidadão tem boa intenção, mas, por desconhecimento do assunto, acaba prejudicando a planta e a urbanização ao não arborizar da maneira correta. “A intenção é boa, mas o procedimento é errado”, alerta Amir.

MPEG e a arborização – Além de inventariar e fazer a sistemática das árvores amazônicas pela Coordenação de Botânica, o Museu Goeldi acumula experiência na conservação de espécies arbóreas no seu Parque Zoobotânico. O Parque é um espaço de inclusão social e de pesquisa, um jardim botânico que abriga plantas amazônicas, inclusive alguns exemplares de espécies ameaçadas de extinção, e que serve como exemplo bem sucedido de reflorestamento urbano, e de lazer ecológico.

O serviço de Flora do Parque do MPEG é responsável por dispersar as mudas e sementes das espécies do Zoobotânico em locais como as praças públicas – uma ação de extensão que durante muito anos foi coordenada pela engenheira agrônoma Vera Bastos. Os “filhos do Parque”, como se costumam chamar as árvores do Goeldi, estão espalhados por toda a cidade. O trabalho de preservar e expandir o circuito de árvores na capital quente e úmida do Pará é fundamental para amenizar o clima e aumentar a conscientização da população.

O Manual é um material inédito para Belém que precisa ser disseminado à população, para que o conhecimento se expanda. Assim tanto as experiências do Museu Emílio Goeldi, como das demais instituições, podem dar origem a uma cultura de sustentabilidade na capital do Pará, que poderá colher bons frutos na sua paisagem urbana.

Texto: Alice Martins Morais

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