Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Vinte anos de Estação Científica “Ferreira Penna”
conteúdo

Agência de Notícias

Vinte anos de Estação Científica “Ferreira Penna”

“Destaque Amazônia” traz um especial das águas de março sobre projeto do Museu Paraense Emilio Goeldi no arquipélago do Marajó"
publicado: 04/03/2013 11h30, última modificação: 13/08/2017 09h07

Agência Museu Goeldi –Já é de praxe editar um jornal sobre as grandes águas de cada mês de março da vida amazônica. Em 2013, a edição deste mês é dedicada à Estação Científica “Ferreira Penna”, base do Museu Paraense Emilio Goeldi no arquipélago do Marajó. O Destaque Amazônia faz a cobertura de pesquisas desenvolvidas em Caxiuanã, mas dessa vez está voltado ao Plano de Manejo aprovado em 2012 e às atividades de educação do Programa Floresta Modelo.

Seguindo as trilhas dos rios que levam para a Estação Cientifica “Ferreira Penna”, em Caxiuanã, no Marajó, Pará, e sendo recebido por meninos e meninas, oDestaque Amazônia, informativo

bimestral do Museu Goeldi, instituto de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), relata a importância de um trabalho prestes a completar,em outubro de 2013, vinte anos de atividades, mas que poucos conhecem sua realidade, história de trabalho e conquistas.

Em uma viagem de 5 dias, durante o mês de outubro de 2012, os jornalistas Jimena Felipe Beltrão e Antônio Fausto, do Museu Goeldi, puderam ver e sentir a verdadeira vida ribeirinha, interiorana, dessa gente que sobrevive na margem do rio, no qual o transporte mais comum é o barco, e que mora ao redor da Estação. “A intenção da Estação Científica “Ferreira Penna” era identificar a faixa de floresta com ecossistemas diversos que se prestasse a estudos de longa duração”, relembra o jornal ao contar o início da construção da base de pesquisa.

Um trabalho de muitos esforços - Graça Ferraz, coordenadora de Caxiuanã, assina o texto da página 2, junto com Jimena Felipe Beltrão, no qual fala sobre como foi definida a área para a Estação, além de ser aquele o recanto escolhido a se preservar: “Entraram os esforços em prol da construção de um Programa em conjunto com os moradores da Flona que refletisse os anseios das pessoas que ali viviam e que conciliasse a capacidade do Museu Goeldi com a expectativa dos municípios onde se localiza a Flona Caxiuanã: Melgaço e Portel. O resultado foi o Programa Floresta Modelo de Caxiuanã cujo eixo central é a educação”.

Para a coordenadora, resta a gratidão pela divulgação desse trabalho no jornal: ’O Destaque Amazônia realmente está um Destaque para o Marajó-Caxiuanã. Irretocável!!!”

Os textos, muitas vezes, nos levam juntos nessas descobertas, nesses caminhos percorridos. Outras vezes, a emoção toma conta de suas linhas quando 

descreve as dificuldades relatadas por aquela gente. “Mas o fato é que as terras e as gentes de Caxiuanã existem com seus próprios meios ainda que, muitas vezes, só de meias, sem sapatos. Se faltam sapatos, faltam remédios como o soro antiofídico contra picadas de cobras que, de janeiro a maio, em tempo de chuva tornam os caminhos mais perigosos. São até 14 horas até o primeiro sinal de socorro: o posto de enfermagem da Estação Científica mantida pelo Museu Goeldi”, conta Jimena Felipe Beltrão, na página 3 deste jornal.

Mesmo com ausência de recursos materiais, essa gente não perde a vontade de viver, de realizar, de conquistar. É ai que entra a importância do trabalho de cada voluntário do projeto, do esforço em comum de cada um que faz acontecer. “Tem pessoal para organizar a partida e a chegada; tem material escolar para separar e distribuir e ser justo na separação e distribuição dos lápis, da cartolina, do papel almaço, dos tecidos, materiais que ajudam na demonstração de criatividade de estudantes e professores”, relata a jornalista que esteve presente na I Feira de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã.

Plano de Manejo - Antônio Fausto, que assina a matéria de capa, reporta a trajetória do Plano de Manejo da Floresta Nacional de Caxiuanã, previsto desde 1961 e finalmente elaborado e aprovado no final de 2012. “Preparado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com base nas informações científicas fornecidas pelo Museu (...), o Plano reúne as diretrizes necessárias para que a ciência, populações tradicionais e empresas conheçam as possibilidades de atuação dentro da Flona”, relata o jornalista. 

Antes de ser aprovado, o Plano de Manejo da Flona foi debatido junto a moradores, representantes da sociedade civil organizada e governantes dos municípios marajoaras de Portel e Melgaço. Integrantes do Conselho Consultivo da Floresta Nacional de Caxiuanã aprovaram o Plano em reunião com representantes do Museu e do ICMBio em setembro de 2012. As atividades econômicas ambientalmente sustentáveis “é a melhor estratégia para o desenvolvimento econômico das comunidades da Flona”, segundo Graça Ferraz.

Quem é essa gente? - Não é a toa que a manchete do jornal é: Gente na Floresta, Gente da Floresta. Essa gente, da qual o jornal bem relata, vive da farinha, do peixe, do açaí, da castanha, que luta pelas suas memórias e história. Gente que se mobiliza por uma causa, que ajuda uma comunidade cheia de lembranças e cultura, mas também que tem muita necessidade. Jimena Felipe Beltrão reforça, na matéria final Gente que faz a floresta, a força e a simplicidade dessa gente: “Uma brava gente brasileira, às vezes esquecida pelo poder constituído. Uma gente valente que, no mais das vezes, só conhece a vida ribeirinha...”

O jornal Destaque Amazônia revela em suas páginas que são cerca de 500 moradores, divididos em cinco comunidades, e quase metade é composta exclusivamente por crianças. Nas manifestações artísticas aos trabalhos da I Feira de Ciências da Floresta Nacional de Caiuxanã; do telejornal com âncoras mirins que falam sobre a apreensão de madeira explorada ilegalmente e sobre a poluição dos rios aos estudantes das dez escolas da floresta, as crianças são encontradas em quase todos os relatos e são para elas muito dos esforços do projeto. 

Destaque Amazônia – Primeiro jornal de divulgação científica da Amazônia teve sua versão reeditada em 2008 quando trouxe uma nova proposta de diagramação, mantendo conteúdo de relevância para a região amazônica e para o Museu Paraense Emílio Goeldi.

Trabalho feito pela equipe do Serviço de Comunicação Social (SCS) do Museu Goeldi, o jornal bimensal, também está disponível gratuitamente no site da instituição. O produto da Agência Museu Goeldi é uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Para entrar em contato com a equipe do jornal, enviar e-mail para: destaqueamazonia@museu-goeldi.br.
 

Texto: Silvia de Souza Leão