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Peixe-boi raro encontrado no Marajó

publicado: 07/08/2013 14h15, última modificação: 15/08/2017 08h30

Agência Museu Goeldi – Um peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) foi encontrado na praia da Passagem Grande, em Salvaterra, no Arquipélago do Marajó. A espécie era considerada extinta no Marajó e este foi o primeiro exemplar encontrado vivo na região desde meados dos anos 80. Antes desse registro, havia apenas uma intrigante evidência da presença do peixe-boi marinho nas costas do Marajó: um crânio, encontrado em Salvaterra no ano de 2005, pelos pesquisadores do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos da Amazônia (GEMAM), do Museu Paraense Emílio Goeldi.

O animal resgatado, apelidado de “Omar”, está em semi-cativeiro no igarapé do sítio da Sra. Orlandina Moraes e encontra-se sob os cuidados diretos de dois moradores de Salvaterra, o senhor Hederaldo Junior e Jairo Alves, que recebem orientação de agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e do Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CMA-PA/ICMBio), além dos pesquisadores do projeto Bicho D’água do Museu Goeldi. A intenção é de que o animal seja cuidado até que atinja idade para ser solto na natureza.

Omar tem 3 meses, mede 1,32 metros e pesa 36 quilos. Ao que tudo indica, encontra-se em ótimas condições. Na fase adulta, ele poderá medir até 4 metros e pesar 600 quilos. Segundo a bióloga Renata Emin (GEMAM/MPEG), o animal está sendo alimentado com leite e uma variedade de capins marinhos da região, fonte alimentar natural desta espécie.

Os peixes-boi são mamíferos aquáticos, que se alimentam exclusivamente de vegetais e algas na fase adulta, possuem hábitos costeiros e longo cuidado parental. O Marajó possui extensos bancos de vegetação típica da dieta do peixe-boi. A foz do rio Amazonas e suas adjacências apresentam a singularidade da presença de duas espécies de peixe-boi: o amazônico (Trichechus inunguis) e o marinho (Trichechus manatus). Isto faz desta região amazônica uma das mais importantes para a conservação dessas espécies no Brasil.

GEMAM – O Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos da Amazônia busca informações sobre ocorrências, interações com pesca e encalhes de espécies de mamíferos aquáticos no estado do Pará, tendo como objetivo subsidiar e elaborar medidas para a conservação destas espécies. O GEMAM é ligado ao Setor de Mastozoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi e executa diversos projetos, entre eles o Bicho D’água, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental.

Quer ver Omar em movimento? Acesse a matéria feita para a televisão aqui.

 

 

Texto: Fernando Cabezas